20071015

Paula Barros, SIC

«Segunda-feira, 15 de Outubro de 2007

MAIS UMA VEZ ATENÇÃO - U R G E N T E

Caros amigos/as:

São neste momento 14h e 50 minutos do dia 15 de Outubro. Acabo de assistir ao 'Jornal da Tarde ' da SIC,onde, a dado momento é dada a notícia de uma professora de Português do 12º ano da Escola Secundária do Restelo que há 5 anos mete atestado médico. Segundo a SIC, os 30 dias a que é obrigada a estar presente no local de trabalho são geralmente iniciada poucos dias antes de se iniciarem as férias, após as quais volta a meter atestado médico. São entrevistados pais indignados por os filhos não terem uma disciplina tão importante como o Português; penso que o Conselho Directivo da Escola informa que para este ano o problema já está resolvido por uma professora de substituição. E é tudo.

De imediato telefonei para a SIC exprimindo a minha opinião sobre a forma como a notícia é dada, e estou neste momento à espera do telefonema da jornalista que fez a peça e que estava na hora de almoço.

O que eu disse a quem me atendeu foi que faço parte do conjunto de funcionários públicos, e não só, a quem tem sido recusada a reforma por incapacidade, e o facto de não ter sido dito PORQUE a dita professora tem metido estes atestados durante tanto tempo dá origem a conclusões precipitadas. Foi dito que a professora cumpre a lei e a escola é forçada a actuar em conformidade (isto na peça televisiva que certamente será repetida no 'Jornal da Noite').

Este caso pode ou NÃO pode ser idêntico aos nossos.
Sabemos bem demais que muita gente nos considera uns privilegiados, quando comparados com a Privada.

Sabemos o que se está a passar connosco e como isso cai pesadamente sobre nós, que estamos doentes, incapacitados, sem que a CGA nos dê como reformados por incapacidade.

Nós NÃO CONTORNAMOS leis. Nós não queremos ser confundidos com quem, eventualmente, faz isso.

Por isto, ou a Escola informa, e concomitantemente a SIC, qual a doença dessa professora, ou então a notícia tem que ser enquadrada doutra forma.

Mais uma vez desconfio, se calhar sem razão, mas desconfio.

Não precisamos de ter também a opinião pública contra nós, mais ainda.

Portanto peço atenção para o 'Jornal da Noite', e se a notícia fôr repetida nos mesmos moldes temos que telefonar para a SIC a reclamar, a EXIGIR, que a transparência prevaleça. Não QUEREMOS notícias ambíguas que nos prejudicam directamente e que " metem tudo no mesmo saco", e o que é pior ainda, deixam no ar a suspeição relativamente a PESSOAS como nós, que SIM, estamos doentes e SIM temos o direito a ser reformadas por incapacidade.

Pessoalmente tenho respeito pela SIC.
A SIC veio a minha casa entrevistar-me por causa das reformas antecipadas. Pedi anonimato pois ainda não sairam as listas de disponíveis do meu local de trabalho -no final, lá,todos me conheceram quando a peça passou....
Hoje tenho vergonha de ter escondido a cara, embora o meu marido também tenha falado e como é Brasileiro, ainda ajudou mais à minha identificação. Hoje mostraria a cara. Não obstante nem agora nem nunca quero ter a mínima ligação a pessoas,- professores, funcionários públicos ou não que metem atestados médicos sucessivos e por tão grandes período de tempo por razões que só a eles dizem respeito.

Como dizem no Brasil "esta não é a minha praia ".
Clarifiquemos portanto MUITO BEM situações e....situações.

O nº de telefone da SIC é o 21 417 94 00

Neste momento são 15 horas e 35 minutos da tarde e ninguém telefonou ainda. Se o vierem a fazer aqui vos informarei do facto.

Mais uma vez digo: temos de estar alerta - estamos feridos e indefesos, para já.

Vou tentar enviar este depoimento para a SIC, mas sou muito ignorante nestas coisas e não sei se vou conseguir. Se acharem por bem, mandem também.

Obrigada por terem lido e ajam conforme a vossa consciência ditar.


Paula Barros

1 comentário:

Anónimo disse...

Silêncio total... é fantástico!
Mais fantástico é esta letargia cyberiana...