20080306

"Professores: e a formação?"

«(...) O professor tornou-se, na verdade, uma espécie de «criada para todo o serviço» Além de ensinar, tem de ser pai ou mãe, psicólogo, assistente social, polícia. Isto é, atribuem-se à escola mais e mais responsabilidades, nas quais se diluem as funções docentes. «Quando se acumulam muitas e diversas competências, perde-se a noção de qual é a principal», concluiu António Teodoro.

Uma grande trapalhada

Neste contexto, impõe-se perguntar: Que modelos de formação profissional (estágio) tiveram os professores actualmente em exercício? Que componentes científicas, sociológicas e pedagógicas fazem parte desses modelos? Quem deu aos docentes formação profissional tinha para tal a preparação necessária, ou seja, era professor profissionalizado?

Além de se encontrarem em vigor numerosos modelos de formação, com conteúdos variados, num quadro de grande confusão, muitos formadores, nomeadamente os docentes universitários que dirigem e orientam os estágios integrados, não receberam formação profissional.

(...)

Finalmente, para não irmos mais longe, o Decreto-Lei 06/01 relançou uma série de disciplinas curriculares não disciplinares que qualquer professor pode ser chamado a leccionar – Área de Projecto (AP), Estudo Acompanhado (EA) e Formação Cívica (FC). De onde se induz que os professores, por exemplo, de Inglês e de Matemática têm de saber ensinar, não apenas Inglês e Matemática, mas também AP, EA e FC. Só que não tiveram, para isso, formação profissional apropriada.

Deste modo, à lista de tarefas que, na opinião de António Teodoro, os professores portugueses se vêem obrigados a desempenhar, temos de acrescentar, além da normal preparação académica para o ensino das disciplinas em que se especializaram, a constante acumulação de competências e saberes relativos, pelo menos, a

- metodologia de projecto;

- liderança e supervisão pedagógicas;

- ensinar os alunos a estudar;

- adaptar à escola o currículo e os programas nacionais;

Por quem e como são os professores preparados para tão complexa missão?

E, neste quadro, que justiça haverá na respectiva avaliação?

Use o espaço de comentário em baixo para dar opinião ou, se preferir, envie-nos um texto para o seguinte e-mail: opiniao@visao.pt»

Sem comentários: