Querida Lola:
Sou do Machico, e estou destacada num subúrbio de Viseu, a dar Educação Visual a 10 turmas do Ensino Profissional, por acaso, muito sossegadinhas... bom, a verdade é que são muito sossegadinhas, porque levámos dois períodos lectivos a tentar descodificar os nossos respectivos sotaques, e agora, à falta de melhor, comunicamos por gestos e por desenhos, enfim, a minha área docente, só que, ontem... ai, até tenho medo de contar, Lola... ontem, quando virei as costas para o quadro, tinha um avião de papel caído aos pés... Querida Lola, acha de que devo telefonar para a Procuradoria-Geral da República, ou deixo para amanhã?...
(Rubina Jardim, Machico, destacada em Refolhos da Raia, Viseu)
Querida Rubina:
Como sabe, qualquer ilícito ocorrido na sala de aula deve, doravante, ser imediatamente comunicado às entidades encarregadas da investigação criminal, e há aquele ditado que reza que não se deve deixar para amanhã o que se pode fazer hoje. Do meu ponto de vista, traveca não-docente, mas muito habituada a lidar com a marginalidade, na forma do cio de árbitros comprados, seguranças rapados, cheios de quetamina, e executivos do Millennium-BCP, em fase de necessidade de humilhação sexual... bom, vamos começar pelo princípio: antes de mais, há uma violação do espaço aéreo português, já que houve um avião que aterrou na sua aula, sem que a torre de controle de qualquer aerogare próxima lho tenha comunicado. Desse ponto de vista, a minha querida Rubina pode ser levada já, por cumplicidade, perante um Tribunal Marcial; se o avião for proveniente de algum dos países do Eixo do Mal, U.S.A., Irão, Zimbabwé, ou Grã-Bretanha, ainda pior, já que poderá ser executada sumariamente, através de uma "fatwa", lançada por email, para a Coordenadora do seu Departamento, o que seria horrível, porque aposto que ia deixar três crianças esfomeadas, a gritarem pelo nome da mãe... Um horror, portanto. O mais prudente, pois, e fala-lhe a minha experiência de longas noites de mini-saia, sentada no "capot" de carros caros, é tentar ver se o avião se assemelha a alguma marca conhecida, se é comercial, se é um Airbus ou um daqueles Tupolev-sucata, do levanta voo-um-caem-logo-dois, ou se é mesmo daqueles aviões sombra, nunca registados, que levavam escravos de guerra, para serem torturados em Guantanamo. Ainda há pouco estava o Nuno Rogeiro, um dos meus fetiches sexuais, sobretudo agora, que entrou naquela fase de Marquesa de Alorna, já na época em que mandava subir ao quarto os mulatinhos, para lhe fazerem sonetos... Eu sei que a menina não é das Lajes, é da Madeira, onde o que mais pousa é a Pedofilia, mas, mesmo assim, tente investigar se o avião se parece com um transportador de prisioneiros de Guantanamo, e ver se o aluno que o atirou se assemelha com uma nádega, inchada, e picada de vespas. Nesse caso, não deve comunicar nada à Procuradoria, mas mandar um email para Bruxelas, só deus saberá se não se trata de mais uma incarnação do undécimo quinto Dalai Lama do M.R.P.P., e se não vamos ter nele, de aqui a meia dúzia de anos, mais um glorioso timoneiro português, Presidente da Comissão Europeia, e servo para todo o serviço dos caprichos americanos...
(edição simultânea no "A Sinistra Ministra" e "As Vicentinas de Braganza" )
1 comentário:
Últimas notícias: Rubina Jardim brutalizada na sala de aula por turma freneticamente excitada com discurso de Maria de Lurdes Rodrigues sobre o papel das Ordens Religiosas na ascenção a cargos governamentais. Professora teve a infeliz ideia de colocar do leitor de DVD o último discurso da ministra da educação. Os alunos que até aí se tinham comportado de forma harmoniosa, viraram verdadeiros animais quando acabaram de ouvir o referido discurso. Rabina jardim ainda tentou alegar em sua defesa que desconhecia o teor do discurso, mas não chegou a concluir a frase, já que foi algemada e alvo de várias sevícias, algumas de teor pouco recomendado mas que a deixaram intimamente muito feliz. Afinal, os alunos sempre queriam comunicar com ela…
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