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Não, os professores nunca foram uma classe unida. Talvez por isso, para quem sonha com essa união, o 8 de Março tenha representado um marco histórico a vários níveis.
A Escola, ou melhor, há escolas onde a estratificação sempre se fez sentir: eram os professores (que tinham nome) e os contratados (os colegas...). Agora serão os titulares e os outros...
O que originava essa divisão pré-sócretina? O estatuto que se tinha na "terrinha"(ser, por exemplo, mulher de médico era sucesso garantido, era-se conhecida não pelo nome, mas por ser "a mulher do dr. fulano de tal", se fosse a mulher do presidente da câmara também era bom...), a forma como cada um se vestia, a idade. (Será que me estou a esquecer de alguma coisa?). Com base nisso, os grupos formavam-se dentro de cada escola: o lugar que se ocupava dentro da sala de professores era, tavez, o sinal mais evidente.
Agora, nesta época sócretina, sinistramente sócretina, os professores irão encontrar em Setembro aquilo que já se fez anunciar durante o ano lectivo transacto, algo completamente aberrante: a sinistra pariu um monstro!
O estatuto mudou. Um concurso com regras perfeitamente aleatórias, capazes de comportar injustiças e atropelos (só sobre isto dava para escrever um tratado) veio mudar o rumo dos acontecimentos.
Não nos iludamos! É agora que as guerrinhas pessoais e os compadrios vão passar a reinar. O terreno está minado!
Dantes era tão só uma questão de localização numa sala. Agora está em jogo algo muito mais importante e a dança das cadeiras vai começar.
Mas, chegada a este ponto, convém reflectir se estas não serão as regras da condição tristemente humana na era do "salve-se quem puder".
Jogos sujos estão para acontecer.
Que estes últimos dias de férias dêem força a uns e bom senso a outros!
O verdadeiro exemplo que os professores poderiam dar era o de contrariar a condição tristemente humana. Mas, sobre isso, estamos falados... Já houve sinais evidentes de que os professores, de uma forma geral, (e nisso o outro terá alguma razão...) são "professorzecos"..."zecos" porque não são capazes de contrariar a tal condição, a vulgaridade... infelizmente!
2 comentários:
Excelente texto Hurtiga! Penso como tu escreves!!!
E sabes que mais ... com tudo o que me aconteceu na vida (e não só a mim mas a pessoas próximas) percebi uma coisa, as pessoas são de um egoísmo atroz & burras.
Há, felizmente, gente genial, seres humanos muito bonitos, crianças queridas, as artes, o conhecimento e uma essência de humanidade. Enquanto assim for vale a pena andar por aqui.
Voltando aos professores em geral, desprezo-os pela não acção, pelo conformismo, por tudo o que disseste e muito bem. Não desejo mal a ninguém ... mas também não tenho pena da maioria dos professores que conheci. Ou outros, ou são meus amigos ou têm em mim uma amiga e fã.
Uma limpeza total e completa (ao que é viciado, corrupto etc) ... era isso ...
Palavras sábias, Hurtiga.
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