20090125

Contos Proíbidos: Memórias de um PS desconhecido

Retirado do blogue Ferrão Org

Para descarregar a obra (50 megabytes, aprox), basta clicar com o rato sobre a hiper-referência que menciona o título. AF

Ler "Contos Proibidos: Memórias de um PS desconhecido", de Rui Mateus, – fundador e ex-responsável pelas relações internacionais do PS, até 1986 – faz-nos perceber como é diferente a justiça em Portugal e noutros países da Europa.
Escrito em 1996, este livro é um retrato da personalidade de Mário Soares, antes e depois do 25 de Abril. Com laivos de ajuste de contas entre o autor e demais protagonistas socialistas, são abordados, entre outros assuntos, as dinâmicas de apoio internacional ao Partido Socialista e, em particular, a Soares, vindos de países como os EUA, Suécia, Itália, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Líbia, Noruega, Áustria ou Espanha.
Soares é descrito como alguém que «tinha uma poderosa rede de influências sobre o aparelho de Estado através da colocação de amigos fiéis em postos-chaves, escolhidos não tanto pela competência mas porque podem permitir a Soares controlar aquilo que ele, efectivamente, nunca descentralizará – o poder» (pp.151-152); «para ele, o Partido Socialista não era um instrumento de transformação do País baseado num ideal generoso, mas sim uma máquina de promoção pessoal» (p.229); e como detendo «duas faces: a do Mário Soares afável, solidário e generoso e a outra, a do arrogante, egocêntrico e autoritário» (p.237).
A teia montada em torno de Soares, com um cunhado como tesoureiro do partido, e as lutas internas fratricidas entre novos/velhos militantes (Zenha, Sampaio, Guterres, Cravinho, Arons de Carvalho, etc), que constantemente ameaçavam a primazia e o protagonismo a Soares, são descritos com minúcia em /Contos Proibidos/.
Grande parte dos líderes da rede socialista internacional – uma poderosa rede de “entreajuda” europeia que, em boa verdade, só começou a render ao PS depois dos EUA, sobretudo com Carlucci, terem dado o passo decisivo de auxílio a Portugal – foi mais tarde levada à barra dos tribunais e muitos deles condenados, como Bettino Craxi de Itália, envolvidos em escândalos, como Willy Brandt, da Alemanha, ou assassinados como o sueco Olaf Palme.
Seria interessante todos lermos este livro. Relê-lo já será difícil, a não ser que alguém possua esta raridade.
O livro foi rapidamente retirado de mercado após a curta celeuma que causou (há quem diga que “alguém” comprou toda a edição) e de Rui Mateus pouco ou nada se sabe.

Haja Memória


1ª Parte. 10 anos depois
2006: ano negro na Educação


Milhares de professores e alunos nas ruas a pedir a demissão de Maria de Lurdes Rodrigues, 1500 escolas encerradas, excepções nos exames - medidas que obrigaram a governante a dar explicações no Parlamento - e docentes a assumirem ser vítimas de agressões[Fonte: Diário IOL]

2ª Parte.
O facto de (os Professsores) estarem na rua é o contrário da democracia
(?)

O ex-Presidente da República
Mário Soares elogiou hoje a "coragem invulgar" da ministra da Educação, considerando que a determinada altura dos protestos contra o sistema de avaliação dos professores houve "um esticar de corda" por parte dos sindicatos(...)
Mário Soares recusou ainda a ideia de que os professores "estarem na rua" possa fazer 'cair' a ministra, alegando que isso é o contrário da democracia.

"O facto de estarem na rua não quer dizer que tenham razão e nem os Governos e os ministros se atiram abaixo, isso é o
contrário da democracia, na rua", salientou. [Fonte JN, 2008-12-10]

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