20071109

"Psiquiatra à Presidência!"

[a origem da imagem está nela própria]

«Sem ninguém dar por isso, foi aprovada uma reestruturação dos serviços de saúde mental. O plano anda na gaveta há mais de 20 anos e ninguém lhe tinha dado importância. Como fala em fechar hospitais, foi agora aprovado.
Mas o que quer o plano? Basicamente, autonomizar a psiquiatria dos restantes cuidados médicos e pôr os psiquiatras na periferia. A ideia tem raízes no romantismo sanitário e na antipsiquiatria dos anos 70. Porém, nos países onde foi aplicada, não resultou: os doentes graves, ou se internaram em dispendiosas instituições privadas, ou engrossaram o número dos sem-abrigo. As unidades comunitárias nunca funcionaram bem por falta de orçamento.

Esqueçamos isso e vejamos o futuro: cada freguesia vai ter um psiquiatra. Fica no Centro de Saúde ou lá perto. A ideia é que ele vá mesmo visitar as residências e entender-se com as famílias. À mínima altercação, prega-lhes com a saúde mental e talvez uns comprimidos.

O problema é que um assistente social cumpre melhor esta função. Com uma longa e exigente formação, os psiquiatras vão descobrir que farão mais pela saúde mental na gestão das autarquias. Teremos então bons candidatos às Juntas de Freguesia. Renovarão, sem dúvida, a classe política. Talvez um dia cheguem ao Ministério da Saúde que, finalmente, perceberá que a psiquiatria actual não é serviço social.» (J.L. Pio Abreu, Destak.pt, 09 | 11 | 2007)



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