"No fim de um ano com mais de 800 mortos e 100 mil acidentes, o Secretário de Estado da Protecção Civil respondeu, por escrito, às perguntas do SOL- Como se explica o aumento de vítimas mortais e de acidentes graves face aos últimos anos?- O nosso país propôs-se atingir em 2009 uma meta, em número de vítimas mortais, que se situa em 874. Se olharmos para os nossos objectivos e seguindo o caminho da descida sustentada, estou certo que este ano consolidaremos os resultados que nos propusemos em 2000. " ('Portugal fez um enorme progresso', Sol)"- Na prática, como vão ser atribuídas cartas de condução nas escolas secundárias?- As abordagens a esta matéria serão desenvolvidas em conjunto com o Ministério da Educação. " (idem)
Um comentário apenas: PREOCUPANTE!
8 comentários:
Cartas de condução nas escolas secundárias? Mais atribuições? Não quero acrediar!
Já agora deixo uma sugestão: carta de condução nos cursos "novas oportunidades"
O autor deste texto é o João Pereira Coutinho, jornalista (leiam que vale a pena).
Não tenho filhos e tremo só de pensar.
Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos.
Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis. E um exército de professores explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.
Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito.
É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os
amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho, as quecas de sonho.
Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos.
Quanto mais queremos, mais desesperamos.
A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar
o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.
Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!
Um bom ano de 2008,
ruy
Não se cansam de atirar-nos com areia prós olhos.
Bom Ano para vocês.
Anónimo, não lhes dê ideias porque eles andam por aí ...
Abraço e bom ano,
M.
Jserra, apesar de alguns pontos que tocam muitas pessoas, não me parece de grande realismo esse texto. Mas isso sou eu ...
Bom ano e obrigada,
Moriae
Vieira Calado, eles precisam que lhes atiremos mais do que areia. Mas lá está ...
Abraço e bom ano! E obrigada :)
M.
Ruy, muito obrigada e igualmente (peço desculpa por não ter respeitado a ordem, foi distracção).
Moriae
Enviar um comentário