20080301

Ao sr. da CONFAP

“Os professores também são PAIS e é, também por isso, que não podem deixar de dizer NÃO a este modelo de escola! Quantos pais, pais mesmo, individualmente considerados, associados, representa o " nós" tantas vezes proferido pelo senhor da Confap para se considerar representativo de todos os pais deste país? Eu sou pai e NÃO me revejo nas suas posições! Como se atreve a falar em meu nome?!”

João Luís

Imagem do Kaos a par com o excelente texto O papá marioneta

6 comentários:

Anónimo disse...

Paulo, Baldaia, Director da TSF

Fazer reformas que impliquem os funcionários públicos é brincar com o fogo e não há ministro que não saia chamuscado. Acontece até que há ministros, como Correia de Campos, que são queimados na praça pública. Manifestações atrás de manifestações levaram Sócrates a concluir que o ministro não ajudava ao bom desenvolvimento da política de saúde determinada pelo Governo.

Correia de Campos já faz parte da história e agora as manifestações, convocadas por sms ou trabalhadas com afinco pela Fenprof, são dirigidas contra Maria de Lurdes Rodrigues. Para a semana está marcada uma hiper, mega, gigantesca manif contra a ministra. A verdade é que muitos professores e muitos dos seus familiares não gostam que lhes mexam com a vida.

São anos e anos em auto-gestão. Com professores a faltar e os alunos a gozar o furo sem nada aprender e nada fazer. As aulas de substituição são já um dado adquirido, mas há bem pouco tempo havia gritos sindicais, atrás de gritos sindicais, contra a blasfémia ministerial.

Aliás, até uma boa medida como a estabilidade na colocação dos professores mereceu criticas dos sindicatos. Sempre que se pede aos professores que se adaptem ao novo mundo, pode até acontecer que a maioria dos docentes esteja disponivel para a mudança, mas os sindicatos é que não estão, nem estarão, para aí virados.

Sobre a mais recente polémica com a avaliação dos professores, a maioria dos que são bons está a favor e não quer mais adiamentos provocados pela desculpa de que o sistema não é perfeito. É aqui que os sindicatos devem começar a mudar. Se a avaliação é absolutamente necessária, e é, se os sindicatos não concordam com o método, e não concordam, devem apresentar o método que na sua opinião mais se aproxima da perfeição. Ou seja, fazer parte da solução e não do problema.

É preciso educar os novos sinicalistas para que não fiquem à espera das decisões governamentais. É preciso que a contestação permanente seja substituída pela permanente mudança a partir de dentro.

Os professores, como os juízes, os médicos e restante Função Pública têm de perceber que o emprego para a vida, com todas e mais algumas regalias, é chão que deu uvas. É urgente fazer melhor com menos dinheiro, porque não há cofre público que aguente uma vida de porta aberta aos interesses das corporações.

A FNE quase desapareceu do mapa mediático e a Fenprof controla a seu belo prazer os medos da classe. Quem os ouve acredita que o Estado anda a olhar para os professores como bandidos. Cria-se a ideia de que existe uma perseguição sem sentido aos docentes e eles ficam mais disponíveis para o protesto.

O protesto é, aliás, livre. E é, muitas vezes, uma arma contra a injustiça. Mas talvez fizesse bem aos sindicatos olhar para a sondagem, divulgada ontem pela SIC, em que os portugueses aparecem a dizer que a educação melhorou.

Esperemos que esta pré-campanha eleitoral fora de tempo - falta mais de um ano para as legislativas - não faça a oposição e os sindicatos serem do contra por ser contra, nem o Governo recuar à procura de votos. Para bem do país, avaliem os professores. Mesmo com um método imperfeito.

E deixem que a reforma da educação siga em frente! Como está é que não pode ficar.

Paulo Baldaia escreve no JN, semanalmente, aos sábados

Anónimo disse...

Caro anónimo,

agradeço a visita mas repare, se o sr. Paulo Baldaia quisesse publicar esse texto na Sinistra, ter-nos-ia enviado o mesmo por e-mail ou algo do género, não acha?
Assim perde a piada ... Mas pronto, antes grandes textos do que muitas balas!

João Esteves disse...

Qualquer dia, também os direitos à educação, saúde e sociais, ou as liberdades de expressão e sindicais, ou a democracia, ou ... serão também "chão que já deu uvas". Até onde estarão dispostos a ir os defensores do "Novo Mundo" Neoliberal Globalizado?

Anónimo disse...

João,

penso que estarão dispostos a ir até onde possam. Têm conseguido avançar bastante bem ... Já se viu que não se importam com a morte, mentira, corrupção, doença, falta de dignidade.

Bom e ... a propósito, espreitem esta imagem e texto do amigo Kaos
http://www.blogger.com/%20http://img126.imageshack.us/img126/4760/confapbonecokw9.jpg

Anónimo disse...

Defender o senhor Paulo Baldaia? Como se ousa justificar o injustificável? Já ouviu, o senhor anónimo, algum professor dizer que não quer ser avaliado? E considera o senhor que agora, finalmente, os alunos estão a adquirir conhecimentos e competências capazes de orgulhar o Portugal do futuro? Avalia o senhor o sucesso escolar pela estatística do Ministério da Educação? Considera o senhor que os milhares de professores que se manifestam nas ruas, nas escolas, na Internet, em casa, nos cafés, por todo o lado, são, todos eles, sindicalizados e da Fenprof? Não vê o senhor ninguém, que não seja professor, apresentar argumentos contrários aos que defende através das palavras de Paulo Baldaia?! Não vê o senhor os professores unidos e a uma só voz? Considera o senhor que a única forma de alguém ler as palavras de Paulo Baldaia é escrevê-las numa caixa de comentários de um blogue que defende outro modelo de escola pública que não é o dele, perfeitamente estatístico como é, aliás, confirmado a toda a hora pela tutela? A educação, como o senhor diz, melhorou! Melhorou na estatística! E melhorou na mesma proporção que a ignorância vai aumentando e tomando conta de muitos…

João Luís

Anónimo disse...

Obrigada, João Luís. Subscrevo inteiramente!

"E melhorou na mesma proporção que a ignorância vai aumentando e tomando conta de muitos…"

Frase fantástica!!! Mande sempre! :)