20080415









de DESCONTENTAMENTO e DEBATE
Decorre, hoje, uma jornada de reflexão.
Reflexão sobre o “entendimento” alcançado com o ME. Reflexão sobre a vitória dos professores sobre o ME ou, antes pelo contrário. Esta é uma fase crítica em que todas as cautelas são poucas. A desunião não favorece os professores. Favorece o mesmo ME que os tem sistematicamente desvalorizado. É, por isso, que é tão importante mostrar que os professores aceitam “entender-se” mas, não se rendem. As questões de fundo mantêm-se e os professores, no seu todo, demonstram a determinação de lutar por uma Escola melhor. Uma Escola que responda com eficácia às exigências da sociedade contemporânea em benefício de toda a comunidade educativa.
A luta dos professores por uma avaliação justa e exequível é, apenas, uma parte de um combate bem mais complexo. Diria que as questões da carreira e da avaliação foram a cereja no bolo do nosso descontentamento. Mas, existem muitas outras, relacionadas com a prática pedagógica e com os constrangimentos em recursos humanos e materiais que ensombram o dia a dia das Escolas e que não são do conhecimento público mas que afectam a imagem do professor, dentro e fora da Escola.
Considero que era importante abrir os problemas da escola à sociedade civil. O NUT, principal sindicato inglês na área da educação, convocou uma greve para limitar o número de alunos por turma a 20 até 2020 (considerando, já que existem, em média 12,4 alunos por cada adulto pois, nas salas de aula é frequente encontrar “assistentes” a coadjuvar o professor), greve que foi convocada depois de um seminário cujas conclusões foram amplamente difundidas para a opinião pública. Ora, considerando que a falta de condições de trabalho condicionam em muito a actuação do professor na sala de aula e, que lhes é crescentemente exigida a excelência, os professores deveriam recentrar o seu discurso para a opinião pública nas condições que não têm, responsabilizando o poder político pelo não cumprimento das metas: turmas de 24 alunos (ou mais), incluindo alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou, necessidade educativas especiais e/ou, com problemas de comportamento são turmas condenadas a um insucesso quase garantido. Quem assume responsabilidade pelas qualidade das aprendizagens feitas nestas condições?
Esta, é apenas, uma das muitas preocupações que contribuem para o desgaste físico e emocional dos professores portugueses e, que deveria merecer um debate consequente na sociedade portuguesa.


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