Com o ultraromantismo, no séc. XIX, assistimos ao elogio mútuo. Agora essa moda voltou a pegar:
"...uma espécie de reconhecimento aos que com “saber, esforço e sofrimento ajudam a construir o futuro deste país” como a ilustrada se referiu a todos os seus antecessores (certamente pensando em si, note-se que ela usou o Presente do Indicativo...) na cerimónia em que mais um edifício que deveria ser produtivo se transformou num museu, como acontece a tantos outros por este país fora.
Para LER tudo
Faz-me lembrar aquele episódio d' Os Maias, de Eça, em que o "Dâmasozinho" se declara um bêbado confesso (num texto que lhe é ditado pelo mefistofélico Ega) em folha timbrada com o seu lema "Sou Forte"...
Só aparato!
Eu continuo a dizer sobre a mona, a da vazia:
Com olhar sinistro
E voz delicodoce,
É nossa ministra,
Antes nunca o fosse!
Imagem do Kaos
3 comentários:
Peço desculpa pelo facto de ontem, quando postei, ter escrito "ultramodernismo" em vez de "ultraromantismo"... Já emendei.
Onde teria eu ido buscar tal ideia?
Provavelmente, porque uma galeria assim é ultramoderna!
Estará acessível ao comum dos mortais, professorzecos incluídos?
É que, se estiver, eu vou lá amanhã, é que é já para amanhã!...
Não resisti a "roubar" ao Sorumbático:
O Ministério da Educação tomou a ‘kim il-sunguiana’ decisão de abrir uma galeria com as fotos dos 28 titulares da pasta desde Dezembro de 1962 à actualidade, isto é, de Galvão Teles a Maria de Lurdes Rodrigues.
ANTES DE MAIS, porquê Dezembro de 1962? Para excluir o ministro da crise académica de 1962 e marcar uma fase “democrática” do salazarismo e marcelismo, com os ministros Galvão Teles, José Hermano Saraiva e Veiga Simão? Ou será porque, contando com o ministro Manuel Lopes de Almeida se tornaria mais difícil à actual titular da pasta bater o recorde da permanência à frente dos destinos da educação nacional? Talvez sim, porque já antes se suspeitava que a ministra, particularmente com os novos e altamente tolerantes critérios de avaliação, andava a trabalhar para as galerias.
De qualquer forma, o singular passadiço do Ministério tem uma vantagem. De agora para o futuro, se alguma instituição ou alguém quiser saber dos regentes pelos dramáticos resultados da educação em Portugal tem o cadastro dos responsáveis relativamente à mão. Alvíssaras! Procura-se! Estão ali. E, tirando muito raras excepções, ali estão os homens e mulheres que deveriam responder pelo abandono e insucesso escolar, pelo baixo desempenho e competência dos jovens portugueses, pela péssima média das habilitações da população, pela insatisfação generalizada com o sistema de educação, por tudo o que faz da educação o maior caso de insucesso de Portugal na Europa.
Ali estão: de um fugaz ministro por um mês ao ministro da Educação que “interviu”, do ministro dos “vigilantes” nas Faculdades à ministra contestada na rua pela “geração rasca”. Todos juntos formam a galeria de um dramático insucesso português.
«DE» de 3 de Julho de 2008 - c.a.a.; foto: «DESTAK»
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