20080702

FORAM TODOS TÃO BONS, NÃO SOU?

Na galeria ficará tão bem quando aí figurar!
Com o ultraromantismo, no séc. XIX, assistimos ao elogio mútuo. Agora essa moda voltou a pegar:
"...uma espécie de reconhecimento aos que com “saber, esforço e sofrimento ajudam a construir o futuro deste país” como a ilustrada se referiu a todos os seus antecessores (certamente pensando em si, note-se que ela usou o Presente do Indicativo...) na cerimónia em que mais um edifício que deveria ser produtivo se transformou num museu, como acontece a tantos outros por este país fora.
Para LER tudo
Faz-me lembrar aquele episódio d' Os Maias, de Eça, em que o "Dâmasozinho" se declara um bêbado confesso (num texto que lhe é ditado pelo mefistofélico Ega) em folha timbrada com o seu lema "Sou Forte"...
Só aparato!
Eu continuo a dizer sobre a mona, a da vazia:
Com olhar sinistro
E voz delicodoce,
É nossa ministra,
Antes nunca o fosse!
Imagem do Kaos

3 comentários:

Hurtiga disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Hurtiga disse...

Peço desculpa pelo facto de ontem, quando postei, ter escrito "ultramodernismo" em vez de "ultraromantismo"... Já emendei.

Onde teria eu ido buscar tal ideia?

Provavelmente, porque uma galeria assim é ultramoderna!

Estará acessível ao comum dos mortais, professorzecos incluídos?

É que, se estiver, eu vou lá amanhã, é que é já para amanhã!...

ASHA disse...

Não resisti a "roubar" ao Sorumbático:


O Ministério da Educação tomou a ‘kim il-sunguiana’ decisão de abrir uma galeria com as fotos dos 28 titulares da pasta desde Dezembro de 1962 à actualidade, isto é, de Galvão Teles a Maria de Lurdes Rodrigues.



ANTES DE MAIS, porquê Dezembro de 1962? Para excluir o ministro da crise académica de 1962 e marcar uma fase “democrática” do salazarismo e marcelismo, com os ministros Galvão Teles, José Hermano Saraiva e Veiga Simão? Ou será porque, contando com o ministro Manuel Lopes de Almeida se tornaria mais difícil à actual titular da pasta bater o recorde da permanência à frente dos destinos da educação nacional? Talvez sim, porque já antes se suspeitava que a ministra, particularmente com os novos e altamente tolerantes critérios de avaliação, andava a trabalhar para as galerias.
De qualquer forma, o singular passadiço do Ministério tem uma vantagem. De agora para o futuro, se alguma instituição ou alguém quiser saber dos regentes pelos dramáticos resultados da educação em Portugal tem o cadastro dos responsáveis relativamente à mão. Alvíssaras! Procura-se! Estão ali. E, tirando muito raras excepções, ali estão os homens e mulheres que deveriam responder pelo abandono e insucesso escolar, pelo baixo desempenho e competência dos jovens portugueses, pela péssima média das habilitações da população, pela insatisfação generalizada com o sistema de educação, por tudo o que faz da educação o maior caso de insucesso de Portugal na Europa.
Ali estão: de um fugaz ministro por um mês ao ministro da Educação que “interviu”, do ministro dos “vigilantes” nas Faculdades à ministra contestada na rua pela “geração rasca”. Todos juntos formam a galeria de um dramático insucesso português.
«DE» de 3 de Julho de 2008 - c.a.a.; foto: «DESTAK»