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Segue-se o texto..., aliás, desde ontem que se abriu uma boceta de pandora no meu imaginário.
Ficámos na parte da paz podre, e vamos continuar pela meditação do papel dos blogues no silêncio presente.
Há altursa em que me sinto no papel do marido ausente, e este ano acho que passei tempo, em excesso, fora de Portugal, de maneira que as mazelas caseiras me vieram ainda mais à vista.
Não sou Anti-Português. O meu pendor crítico deriva de coisas mais básicas: deriva de só vivermos uma vez, e nos ter cabido, em sorte, e por azar, um tempo degenerado. Ainda não falei aqui da Moriae e do que um tal de Pedro Rolo Duarte escreveu sobre o "Sinistra Ministra".
Acontece que a Moriae eu sei quem é e o Pedro Rolo Duarte já ouvi falar, mas ignoro totalmente quem seja.
Talvez seja melhor assim. Com certeza não é nenhum Brad Pitt, nem físico, nem mental, e deve ter pouco que fazer do que andar a comentar se o nome do Blogue devia ser "Sinistra Ministra", ou não. Pagam-lhe para isso, e à Moriae... não, profunda diferença. Ela é lida, e ele... não. Quanto a mim, Sinistra Ministra até devia ser um nome pior, mas nós achamos que somos pessoas bem educadas, e somos, mas este plural refere-se a NÓS, que estamos do lado oposto a esse tal Pedro Rolo Duarte, e que não lhe reconhecemos qualquer critério, ou reparo, nas designações.
Esses universos -- o dele --, que não frequento, mas que sei bem como funcionam, são sórdidos. Têm sempre no fim um evitar a palavra "sinistra", mas permitirem-se sinistras maquinações, capazes de vexar um Povo inteiro ao achar, por exemplo, natural pagar uma indemnização a um indivíduo cuja reputação está totalmente destruída, no senso do homem comum da rua.
Esta é uma consideração intempestiva, e antecede já a seguinte: a crise, ou o nome que lhe quiserem dar, é uma coisa demasiado avançada, e que nos está a ser sistematicamente ocultada. Um dos seus sinais é, obviamente, o desastre do Sistema de Ensino, que se manifesta em... passagens de ano. Os outros são piores, são o Estado Americano ultra-neo-liberal a "nacionalizar", "in extremis", organizações de fundo, que bem sabe fariam colapsar todo o sistema de exploração e usura vigente. Em España, faliram as principais especuladoras imobiliárias, Um punhado de Estados Europeus entrou em Recessão Técnica, e eu juntaria... Crónica. Portugal, sempre discreto e educado, como gostam os Rolos Duartes deste Mundo, deslocou, por exemplo, para Angola, todos os Negócios de Cafres que cá já não davam. Traduzido para miúdos, os ladrões do imobiliário e dos bancos cansaram-se de ter cemitérios de casas e créditos mal-parados, e voltaram a território cafre.
Não é o meu meio, deixo a análise técnica para a e-ko, o fado, o quink e o paulo, que voltou.
O que apenas quero dizer, porque este é tão-só um de muitos textos que vêm aí -- não os de comentar notícias, mas de mostrar que não perdemos a capacidade de intervir, e de reflectir sobre o nosso papel -- vai já agora: com sinais crescentes de evidência, torna-se claro que os Políticos, independentemente dos seus quadrantes, são meros servidores de Sistemas e de Ordens Supra-nacionais. (Há uns cómicos, pelo meio, como o Chavez, que hoje representou um excelente Almodóvar, mas não passou de aí). Ora, sendo os cavalheiros servos da Servidão, é indiferente andarmos em quaisquer quezílias políticas.
Aparentemente, o papel da "Normalização" (estrangulamento) do Pensamento, coube aos tais Socialistas estranhos, e eu vou passar já à metáfora para me fazer entender: a Política, hoje em dia, desenrola-se tal qual aqueles prédios que foram para obras, e tiveram desenrolado, diante da fachada, uma pintura "trompe-l'oeil" gigantesca, para não "inquietar" os transeuntes. A esse período, deu-se o nome de Culto da Imagem, e já era filho do tempo em que votávamos em Ideologias. Passámos a votar em melhores, ou piores aparências: votou-se em Santana, porque era um galã de tias; votou-se em Portas, porque era o que se vestia melhor e ainda discursava mais briosamente; em Sócrates, porque nele confluia o sonho inteiro de um povo de pelintras e mal-vestidos; em Aníbal, porque parecia o célebre cabide que nunca verga, dos Anos 50 da Rua dos Fanqueiros.
Enquanto nos concentrávamos na pintura, as verdadeiras obras decorriam por detrás.
O Ciclo, todavia, está a chegar ao Fim. Está para breve o fim do tempo em que nos davam caras recatadamente decentes para votar. Em breve, qualquer coisa servirá. Obama, talvez o tipo que mais desconfiança me provoca, para além de Sócrates, já representa o misto da Imagem com a mensagem subliminar, que não é Política, mas toca na tecla dos atavismos étnicos, coisa grave, porque já não votamos em ideias, nem em aspectos, mas em quotas de híbridos de coisas que se inserem num imposto politicamente correcto, como adoram os Rolos Duartes desta parvónia.
Não vou mais além, porque amanhã segue e vai seguir, mais, até que o teclado me doa.
O último carinho é para o Paulo Pedroso, que voltou ao porta-aviões. Aqui dentro, vamos resistir, e permito-me acabar com uma história daquelas extraordinárias: durante o tempo em que Portas, a minha saudosa "Miss Fardas", ocupou o Forte de São Julião da Barra, várias vezes lá passei à porta, só para o gozo, para tentar descortinar, na cara do militar de serviço ao portão, se ele os mandava subir ao quarto, como a gloriosa Carlota Joaquina, a última Primeira-Dama decente, deste país de putas sonsas. Invariavelmente, sobretudo o mulato, que era realmente bonito, e que eu costumava achar que era uma esplêndida escolha, tinha sempre um enigmático sorriso. Não me perguntem as fontes: a realidade é que quem exigiu ir viver para São Julião da Barra não foi o filho, foi a mãe, a devassa Sacadura Cabral...
Estava explicado o sorriso do militar: cavalo do bom, depois de despachar o filho, lá ia repousar também na... "matriz" da mãe.
País de Messalinas.
Bons tempos.
(Quadrado delineado no "Arrebenta-Sol", no "Sinistra Ministra" (que nome horrível, não é, para uma pessoa tão boa?..., no "Klandestino", e no "The Braganza Mothers", com honras de memória para o "Democracia em Portugal")
2 comentários:
Obrigada pela solidariedade e pelo texto querido Arrebenta!
Abraço,
M.
M'lher p'âmor de deus, o seu a seu dono.
A propósito, quem é o Pedro Rolo Duarte?...
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