20080908

Pompas Fúnebres da "Servilusa"

Imagem do KAOS
Não, não sou parvo, mas às vezes apetece-me acreditar no Pai Natal, pelo que esperei por hoje para retomar a palavra, findas as Festas do "Avante" e a "Universidade" (?) de Verão do P.S.D. Quanto ao P.S., já se tinha adiantado, e gloriosamente, já que a sua "rentrée" se resume ao Escândalo Pedroso: boa promessa, como todos verificaram.
No que a Jerónimo de Sousa respeita, ficou-me na cabeça uma frase, em tempos solta na "Grande Loja do Queijo Limiano", que resumia um estado de alma muito semelhante ao meu: também "prefiro a Quarta Classe do Jerónimo ao Diploma do Sócrates"... Tirando isso, Jerónimo e a sua facção política estão a batalhar uma velha guerra num cenário que mudou radicalmente, e, ou o Partido se (re)faz ao novo piso, ou perde a batalha das novas Sereias, mas isso é um mero problema interno deles.
A "Universidade" de Verão do P.S.D. é uma designação que desacredita toda a Vida Académica: passei-lhe os olhos pelo alto, para ver vexames como o Vitorino, o Pimenteiro das Saunas "Bear", do P.S., fazer figuras ridículas, defronte do tal Coelhinho, que foi Secretário da Bruxa Leite, quando ela tutelou a Educação. Suponho que isto seja uma coisa de que as pessoas se esquecem facilmente, mas uma mulher daquelas também ocupou uma das raras pastas que, em Portugal, diz a experiência, qualquer um pode ocupar, e ela, airosamente, fê-lo, mais o Coelho, que nem Licenciado era, como Secretário de Estado de Qualquer Coisa, no tal Ministério de Qualquer Um. Ressurge agora, com os dentinhos de fora, e suponho que promotor dessa tal "Universidade": entre aquilo e um Banco de Urgências das "Novas Oportunidades", para sacar o 9º Ano, havia pouca diferença, e pressuponho que falhou, porque a ideia é que não houvesse diferença nenhuma. Terão de planear a coisa melhor para o ano, porque este... falhou.
Ferreira Leite estava gloriosa. Já não sei quem, disse-me que um estudo americano demonstrava que os homens eram incapazes, auditivamente, de suportar mais do que um determinado período de tempo, as frequências elevadas (agudas) presentes no timbre médio feminino. Já não sei se era Baudrillard, sei que li isso num sítio qualquer, as "tias", do Estoril, por exemplo, ou as da Galeria São Mamede desenvolviam, então, aquele típico gutural arrastado, de quem tem uma coisa qualquer permanentemente entalada na garganta, salvo seja, e isso acabava por modificar, fisiologicamente, o próprio aparelho fonador. Para mim, que gosto de arranjar explicações simples -- sou um Malpertusiano -- feitas as contas, os gajos refugiavam-se, dos guinchos delas, nas tabernas, para ficarem com a voz pastelosa do carrascão, e elas ganhavam voz de lixa, para irem lixando o juízo umas às outras, enfim, um pequeno paraíso, e tudo isto para dizer que estive suspenso do maravilhoso timbre de voz de Ferreira Leite, do qual não se foge pelos agudos, mas pela semelhança -- uma sinestesia -- entre o tom e aqueles vasculhos com que os limpa-chaminés, do tempo da vovó, desentupiam os canos do fogão.
Em suma, Manuela Ferreira Leite tem voz de fuligem, e está cheia de mofo, por fora e por dentro.
As apreciadeiras poderão avançar que estava bem vestida, sim, parecia um candelabro Napoleão III, mas na fase da anorexia, com laivos de bulimia: de quando em vez, ela -- e eu -- tínhamos de virar a boca para o lado, para vomitar as prateleiras de um frigorífico muuuuuuuuuito antigo, que tínhamos emborcado às escondidas.
Cavaco Silva, um desastre português -- bom título para um filme... -- sempre gostou de gajas nasaladas, com pequenos horrores mentais dentro de si. Que me lembre, havia mais, temos a Nela Leite e a outra, a dos hemofílicos, que parecia uma sirigaita sonora, essa, sim, de tapar os ouvidos, e fugir, para qualquer taberna, nem que fosse um poleiro Champalimaud. Como com Paulo Pedroso, acusações, que ficam a pairar no Insconsciente Colectivo, são sempre recompensadas. Neste caso, é o Aníbal, do "Pugrèsso", da "Assembleia Nacional" e outros atavismos mal resolvidos, a tentar reviver, por procuração -- elementar, meu caro Watson --, um segundo período de "Great Portuguese Disaster"...
Vamos agora à parte séria, já que é necessário que nos reposicionemos para um ano particularmente difícil para o comum Português, que irá sofrer com todo o Vazio atrás descrito.
Enquanto Aldeão Global, com uma cultura razoavelmente acima da média, e desiludido de quaisquer ideologias, mesmo da tradicional divisão Esquerda/Direita, há muito que escolho as figuras políticas por razões outras. Num princípio de selecção "ad nauseam", há muito que não "voto em", mas sim, "voto contra"... sim... deixem-me cá pensar... acho que votei uma vez num gajo que me parecia simpático, o Guterres, a quem nunca deram Maioria Absoluta, e deixaram que a Boceta de Pandora se abrisse em seguida, e depois acabou.
Presentemente, julgo os Políticos por princípios morais, e pragmatismos humanos: há aqueles que poderão melhorar o meu quotidiano, financeiro, social e cultural, em suma, aqueles que poderão melhorar os tais Índices de Conforto Humano, de que tanto se fala, e os que poderão piorá-los. Na minha estratégia de intervenção eleitoral, os segundos estão liminarmente excluídos, por razões que me excuso explicar.
No meu imaginário, ou, pior, na minha memória, Manuela Ferreira Leite está associada aos segundos e a tudo o que de pior foi feito, em Portugal, para melhorar (?) a Condição Humana. É um pequeno horror, algures desentranhado no tempo em que Cavaco Silva, nadando em Fundos de toda a ordem, destruía a Coesão Social Portuguesa, dissipando e deixando dissipar todas as sementes que nos iriam aproximar da Europa. O tempo da desestruturação da Agriculturas, das Pescas e da Indústria, o tempo da ascensão do Novo-Rquismo, da Estupidez de Estado, da Droga e das Finanças Sujas.
Cavaco cunhou, durante dez anos, apenas Má Moeda.
Com ele entrámos na Cauda dos Doze, e com ele iremos acabar na Cauda dos Vinte e Sete, pela mão de Ferreira Leite, de Sócrates, ou de um Pedroso ou Vitorino, regenerados, o que me é totalmente indiferente.
A Manuela Ferreira Leite de voz abagaçada, que hoje encerrou a sua "Universidade" de Verão, não tinha, aliás, como nunca teve, qualquer ideia: quando olho para ela, vejo sempre uma velhaa máquina registadora de merceearia, com frenicoques prateados, daquelas que se dava à manivela, tilintavam, e abriam uma gaveta, para deixar sair uma moedas de baixo valor.
Manuela Ferreira Leite é uma figura secundaríssima, incapaz de qualquer voo, tipo ema, que muito se esforça por muito correr, mas nunca levantará voo.
O próprio Cavaco, no tempo em que ainda não estava senil, disso se apercebeu, indo-a chutando das Finanças Públicas, de cada vez que os "deficit" se agigantavam, porque essa mesma mulher, que agora vem falar de "contas que nunca estiveram tão desiquilibradas" esquece-se do que foi o desastre da sua passagem por essas mesmas contas, e do pântano em que então lançou Portugal.
Comecei mal, e vou acabar agora, ainda pior: no meio do vazio do seu discurso, rememoro uma ameaça, a "de que não se voltaria a criar Emprego à custa da Tributação". Se não estiver a pensar mal, isso quer dizer que, com as Contas Públicas mais desequilibradas do que nunca (sic.) iremos pagar os mesmos, ou mais, impostos, não para resolver as misérias sociais do País, mas para tapar os buracos de sempre, de um Sistema que impunemente rouba, e sistematicamente tributa quem não pode fugir aos Impostos.
Queixava-se a Voz de Bagaço da nossa "crítica a curto prazo, e impossibilidade de visão a longo prazo". Pois eu vou-lhe dar aqui um chuto de longo prazo: Srª. Dª. Ferreira Leite, um Horror Português, vou agora à mais impiedosa classificação que costumo fazer dos Políticos Portugueses, puramente Emocional, e Historicamente irremediável: sendo nós um Povo de Matriz Pessimista, a minha escolha política sempre foi para aqueles que, vencendo os atavismos, nos acendiam a ilusão de uma luz ao fundo do túnel. Houve vagos momentos em que Soares, Cavaco, ou Guterres o souberam fazer, e disso lhes fico imensamente grato, embora de pouco nos possa ter valido. A Senhora, pelo contrário, ao lado de Durão Barroso e de Sócrates é uma das criadoras da imagem do "País de Tanga", que nos lançou nesta dolorosíssima Depressão, que se tornou crónica.
Você é a Mãe de todos os Pessimismos.
Em 2009, portanto, o meu VETO irá para si e para Sócrates, o traidor.
Nunca, no meu perfeito juízo, poderia conceder o meu voto a gente que humilhou, pontapeou e enxovalhou todas as esperanças de gerações de Portugueses.
Volte, pois, à suas contas de merceeira, e esqueça, desde já, o meu apoio.
A seu tempo, o revelarei.
Muito bom ano, e os sinceros desejos de uma derrota total.

(Pentágono esotérico, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", o "Democracia em Portugal", o "KLANDESTINO", e "The Braganza Mothers")

1 comentário:

Armando Nina disse...

Se me é permitido discordar, tenho duas rectificações a fazer:
1. Ela não é a mãe de todos os Pessimismos, na medida em que a imbecilidade neurótica é um disparate da natureza: Deus andaria distraído; o que nasceu torto não tem cura.
2. Traidor a quem? À JSD ou aos que votaram nele? Ele, enquanto clown, é brilhante. Quando despedido, parece ter futuro brilhante no grande circo da Mongólia do Interior. Deve ter algum trauma de infância relacionada pelo nome da praça do Bota Abaixo em Coimbra e por alguma visita ao Portugal dos Piquenos.