20081007

"Não acordem cheios de garra não ..." [Reforço]

Pedro Castro deixou um novo comentário na sua mensagem "Não acordem cheios de garra não ...":

"Se nós não tratarmos das nossas vidinhas, este "pessoal", que nos governa, irá tratar das nossas vidinhas da forma que melhor lhes aprouver!
Já demos o flanco durante três anos, e só lhes fizemos "comichão" na manifestação dos 100000.
Sócrates é desprovido de ideologia, não olhando a meios para atingir os fins da sua ambição pessoal e política.
A nós professores, elo mais fraco da cadeia dos funcionários públicos, ele não hesitará em mais uma vez nos imolar na praça pública se for mais uma vez necessário.
A brutal crise financeira que atravessamos, o facto consumado de que Sócrates já não conta com os votos dos professores, fará com que este endureça cada vez mais as condições de vida dos docentes.
Sócrates não cede a fracos, mas teme os fortes, logo devemos estar preparados para uma longa e dura luta de "guerrilha" se quisermos ter uma carreira com dignidade.
É altura de deixar de lado as nossas pequenas divisões, arregaçarmos as mangas e ir para frente numa luta sem quartel a este governo.
Este governo declarou-nos guerra desde o início do seu mandato e nós ainda não percebemos, ou não queremos perceber, que Sócrates não tem qualquer tipo de respeito para com os professores.
Quem propõe uma lei destas para os futuros concursos é cruel e desumano e sabe, conhecendo bem o adversário, que não teremos resposta à altura do ultraje que nos presenteia!
É altura de darmos a devida resposta!
Lá diz do ditado "quem não se sente não é filho de boa gente"

6 comentários:

Anónimo disse...

Ora bem:
Tudo o que dizes está certo. Porém, é necessário operacionalizar as coisas e para darmos luta (a sério) devemos dispor de meios, de «armas». Ora, o adversário pode ser tudo o que quiseres mas não é parvo. Assim, soube comprar ou calar a casta burocrática, que viu que o seu jogo devia ser de «dar a ilusão« de lutar pelos nossos objectivos, sem no entanto fazer nada que ameaçe a sério o poder. E portanto, o poder está-se servindo desse pacto silencioso governo-sindicatos. Parece que são adversários, mas não são.
A única maneira de mostrarmos coragem e bom-senso é corrermos com os dirigentes traidores ou, em alternativa, construírmos desde a base, desde núcleos de escola ou de zona, as nossas estruturas próprias: comissões de luta, ou qualquer outro nome, que sejam capazes de se auto-gerir e de, coordenamente, fazer avançar a luta.
Mas as pessoas ainda não chegaram a esse patameat de consciência. Provavelmente têm ainda ilusões sobre «a(s) esquerda(s)». Pensam que a «salvação« virá com eleições, etc.

Manuel Baptista

Anónimo disse...

Ora bem:
Tudo o que dizes está certo. Porém, é necessário operacionalizar as coisas e para darmos luta (a sério) devemos dispor de meios, de «armas». Ora, o adversário pode ser tudo o que quiseres mas não é parvo. Sabe que estamos desarmados. Assim, soube comprar ou calar a casta burocrática, que viu que o seu jogo devia ser de «dar a ilusão» de lutar pelos nossos objectivos, sem no entanto fazer nada que ameaçe a sério o poder. E portanto, o poder está-se servindo desse pacto silencioso governo-sindicatos. Parece que são adversários, mas não são. Por isso o poder avança com uma ofensiva, aparentemente imparável.

A única maneira de mostrarmos coragem e bom-senso é corrermos com os dirigentes traidores ou, em alternativa, construírmos desde a base, desde núcleos de escola ou de zona, as nossas estruturas próprias: comissões de luta, ou qualquer outro nome, que sejam capazes de se auto-gerir e de, coordenamente, fazer avançar a luta.
Mas as pessoas ainda não chegaram a esse patamar de consciência. Provavelmente, têm ainda ilusões sobre «a(s) esquerda(s)». Pensam que a «salvação» virá com eleições, etc.

Manuel Baptista

Safira disse...

Concordo com o texto e concordo com o comentário do anónimo. Portanto e considerando os dois, não seria sensato a criação de uma ORDEM DE PROFESSORES? Sei que já foi prospos em vários blogs, assim tinhamos uma identidade que falava por nós, sem sindicalismos.

Por mim estou pronta para a luta!

Abraço solidário,

Safira

Anónimo disse...

Safira,

é realmente importante falarmos muito sobre estas questões.

Na minha opinião, não há necessidade de ordens ou mesmo de sindicatos. Tudo quanto estrangula a liberdade e a rotula não é salutar.

Se as pessoas precisam de marcos, porque não cumprir as leis? Há aquelas internacionais, esquecidas por muitos .... direitos humanos, da criança etc e depois, há as constituições ... onde está a igualdade de oportunidades por exemplo. Assim, sou contra a criação de mais espartilhos e a favor da responsabilização de cada um enquanto ser humano.


Obrigada e continuemos o debate, se assim o entenderem,
M.

Anónimo disse...

Não estou de acordo nem com a Safira, nem com a Moriae.

Não é teimosia ou preconceito ideológico,que me faz inclinar para reconhecer a necessidade imprescindível de sindicatos. É a simples realidade.
Por outro lado, uma ordem poderá ser prejudicial para uma luta, que se pretende tansversal a toda a cidadania. A educação é matéria de toda a cidadania, em particular, da classe trabalhadora, não serve de nada reduzi-la a uma luta corporativa, embora haja legitimidade para tal.
Com efeito, nada impede que se crie uma ordem de docentes; porém, já é anti-constitucional (e bem) obrigar alguém a pertencer a uma tal ordem para exercer a sua profissão.
Se tal ordem instituir o princípio da inscrição obrigatória para se exercer a profissão docente, está a violar princípios de liberdade da pessoa humana, que Moriae tanto presa (e eu também).
Por outro lado, dizer-se que não precisamos de sindicatos é uma ingenuidade, pois a lei atribui prerrogativas aos sindicatos que mais nenhum outro tipo de organização possui. O reconhecimento dessas funções é muito importane e estruturante de qualquer democracia.
Com efeito, apenas sindicatos podem decretar greves; apenas sindicatos podem negociar contratos colectivos e outros instrumentos de regulação das relações de trabalho; somente os sindicatos têm o direito de convocar reuniões para dentro das instalações da empresa ou serviço; de ter um local próprio dentro da empresa ou serviço; de ter um espaço de afixação próprio; de eleger os seus representantes junto da entidade patronal, etc.
O facto desses direitos (pelo menos alguns) serem letra morta na nossa sociedade e nas empresas (com a agravante de não existir essa prática no estado e nas escolas onde é pouco provável que haja terríveis perseguições, ilegais, contra sindicalistas que façam apenas o que é seu direito legal fazer) diz muito sobre a crise que atravessam os sindicatos. A sua burocratização traduz-se decerto em que os momentos e espaços em que seria lícito e se poderia esperar que eles interviessem, não o fazem.
Justamente porque os sindicatos são tão importantes, a burguesia tem-se esforçado por açaimá-los, consentindo que uma burocracia (às vezes, com peneiras de anti-capitalismo e de anti-sistema, etc...) os domine como lhe convier, sem nenhuma consideração pelos trabalhadores, que em teoria são quem deveria mandar nos sindicatos.
Os trabalhadores, se tiverem uma prática de assembleias, de núcleos de base a funcionar democraticamente no local de trabalho, serão capazes de decidir muitas coisas e de impedir que se formem e enquistem as burocracias, mas isso implica que eles tenham consciência bem disperta dos seus direitos e deveres sindicais.

Solidariedade,
Manuel Baptista

Anónimo disse...

Vá lá, não digam que uma limpezazinha sindical, para além duma boa no governo, não melhorava e em muito o estado das coisas?