"A primeira data a surgir foi 15 de Novembro, mas a Fenprof reagiu e marcou uma jornada de luta para dia 8. A semana de diferença está a gerar indignação em vastos núcleos de professores, que vão reagindo em vários sites e blogs, para além de e-mails.Tal como aconteceu no início do ano, em que foram surgindo vários núcleos de professores que diziam estar em luto pela educação, motivando marchas em vários cidades que culminaram na marcha da indignação que juntou mais de cem mil docentes em Lisboa a 8 de Março, também agora a ideia foi florescendo.
Se na primeira grande manifestação a Plataforma Sindical conseguiu aglutinar esses esforços, agora existe uma notória divisão, com troca de acusações entre os defensores de dia 8 e os de dia 15.
Esta quarta-feira, o líder da Fenprof, Mário Nogueira, deixou a mensagem, dizendo que o outro movimento «sai de qualquer calendário útil no plano da negociação»: «Em nome da Plataforma, apelamos à participação de todos os educadores e professores para que se juntem a esta iniciativa no dia 8 de Novembro, sem sectarismos, sem divisões. O tempo é de unidade. Não é de facilidades ao ME e ao Governo, que baterá palmas aos que apostam na divisão dos professores».
Uma leitura que não encontra resposta positiva do outro lado. Para além de docentes anónimos e bloggers mais ou menos activos, a Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APEDE) e o Movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP) têm batalhado pela manifestação de dia 15, que consideram ser «independente».
O dia dos «dois nãos»
«No dia 15 Novembro lá estarei, com sindicatos ou sem eles. Faça frio ou calor, chova, troveje ou caia neve. Gritarei pelos direitos e dignidade dos professores, da qualidade de ensino, contra a prepotência, a arrogância e a estupidez. Estarei em 15 de Novembro e sempre que a unidade dos professores o reclame, em defesa de VALORES», escreve o professor Francisco da Silva, num dos muitos e-mails que vão circulando entre as caixas de correio dos docentes de todo o país.
Também a blogosfera não se resigna. Fala-se na «manifestação dos dois nãos», à ministra da Educação e aos sindicatos, enquanto cartoons ilustram essa ligação perigosa.
Os textos sucedem-se: «Estamos a assistir a um dos episódios mais bizarros de que me lembro¿ Os sindicatos demarcaram-se daqueles que deviam representar»; «Parece-me que a FENPROF quis inventar um motivo para desmobilizar os professores, a fim de que a marcha marcada para o dia 15/11 seja um fracasso. Sei que há centenas de professores que estão a devolver os cartões aos sindicatos»; «Não encontro nenhum objectivo claro para a manifestação de dia 8»; «Esta atitude divisionista dos sindicatos é ignóbil, vil e completamente despropositada».
Entretanto, há alguém a esforçar-se por uma união que parece cada vez mais impossível."
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Há 6 horas
11 comentários:
Os Professores entendem-se perfeitamente quanto à data da Manifestação, já que tiveram de a marcar quando não se perspectivava qualquer tipo de acção por parte dos sindicatos! E marcaram-na para dia 15! As cúpulas dos sindicatos também se entenderam! Com receio de perder o controlo da classe, marcaram, rapidamente, uma outra para uma semana antes, dia 8! Portanto, estamos todos entendidos! As cúpulas dos sindicatos e outros seguidores desejosos de alcançar protagonismo, vão no dia 8 de Novembro! Os Professores que estão a braços com a burocracia nas escolas, os Delegados, Representantes e outros sindicalistas que reconhecem que é urgente agir de forma INDEPENDENTE e que não ambicionam a cargos políticos e/ou sindicais, vão no dia 15! Estamos todos entendidos e esclarecidos! É só uma questão de agir em consciência!
J L
Nem mais JL!
Abraço companheiro!
M.
“ATENCÃO!
Aos colegas que estão a contactar aluguer de autocarros para dia 15, deverão esperar, pois estão a decorrer contactos entre Movimentos e plataforma no sentido de se fazer uma GRANDE manifestação dia OITO em Lisboa e dia 15 por todas as capitais de distrito. TODOS JUNTOS vamos vencer esta batalha! UNAMOS AS MÃOS!!!
Levemos connosco os PAIS dos nossos alunos! JUNTOS contra a arrogância!
Passem a TODOS os vossos contactos por mail ou sms!
Contra-informação ao ataque...
Não existem quaisquer contactos! Os professores DEVEM sim contactar as empresas de autocarros antes, que de repente, fiquem todos retidos no dia 8...
Além de mais essa " contra-informação" nem tem lógica! Se fosse ao contrário, ainda tinha algum nexo! Mas como não existe a mínima possibilidade de acordo, a questão nem se coloca!
JL
As mãos poderiam até unir-se, se os sindicatos tivessem alinhado na manifestação já convocada para dia 15! Como não o fez, podemos vir a unir as mãos, mas os pés, com certeza, caminharão separados!Uns dia 8...os professores no dia 15!
Nem liguem ... essa é manobra de diversão ... e se colar, promovem mesmo marchas em distritos para estragar a de 15. Para mim, tal é de uma burrice atroz mas pronto ... já não espero grande coisa daquele lado.
Um pouco de humildade e estava tudo resolvido. Juntavamo-nos etc. Assim, com esta arrogância ...
Mas a malta vai-se rindo ... não por estar bem mas por já ter perdido aquilo pelo qual lutou a vida toda. Falo por mim, é claro.
Exactamente. Se estavam atrasados por que razão escolheram uma data anterior? Talvez a data tenha rectroactividade (?), como o OE. Neste caso a tal Manif já se passou, algures antes do verão de 2008.
O que os sindicatos merecem é tão só ficarem com as suas bases de apoio, "os partidos políticos"!!
Aí, seriam os seus legítimos representantes!
Quanto ao resto está tudo dito.
A história nas capitais de distrito já vem do tempo da outra senhora.
As manifestações de professores, nem que seja um, dois, 20, 100, mil... quantos forem são para respeitar. E já faltaram ao respeito em Março... MENTIRAM! Os peões de brega que agora tudo farão para que não aconteça alguma coisa esquisita no dia 15/11 são os mesmos que tiveram a lábia de fazer o "entendimento". Que o defendam agora visto que assinado! Não faltem à vossa palavra! E tão pouco disfarcem contando a história dos dividendos ou... aquilo que era possível para "não perdermos tudo e termos margem de manobra"... a grande manobra, a grande margem que já não têm é sim o calendário eleitoral! A que propósito anda uma classe profissional como esta a reboque de "políticos"?
Seria um excelente passeio a Lisboa, com a família, com os amigos, com os vizinhos... ou tão só os próprios.
Oh Mário mas que grande asneira... já se sabe que o que se vai ver a 8 são os de sempre, os conhecidos, aqueles que te apoiam mas será que não dá para abrir a pestana? Já ultrapassava a expectativa em 2006... mas que raio se passou? E em Março deste ano a UNIÃO DEU-SE! Para depois a deitares por terra... foi para isto? Para dividires? Bem te avisaram mas experiente como és e com tantos e tantas experientes pessoas a teu lado como foste conseguir isto? Bem sabes que as coisas não são como vocês as pintam. Foste avisado... mas não acreditaste. Se esperas que o PCP vá ter um crescimento, vai por mim, verás que quem vai "ganhar" vai ser a abstenção... as pessoas estão fartas.
Concordo com a anónima anterior.
Eu também tenho criticas a fazer à plataforma sindical, especialmente sobre a sua ausência nas escolas desde Maio de 2008, o que provocou uma grande desinformação e deu lugar às iniciativas espontâneas e completamente desorganizadas, que irão culminar com a manif de 15 de Novembro.
A união entre todos seria muito mais útil para atingirmos os nossos objectivos. Independentemente das criticas que cada um já fez aos sindicatos ou aos movimentos, esta não é a hora de nos digladiarmos, nem de exibirmos as nossas criticas e os nossos ódiozinhos, porque o nosso adversário não é o sindicato A ou B, o colega X ou Y. Vamos manter a lucidez, o nosso adversário é o actual Ministério da Educação.
Vou a 8 ou a 15?
Vou àquela que me dá garantias sobre a continuidade do processo reivindicativo.
Vou engolir as minhas críticas e vou àquela que foi convocada por uma estrutura que existe há décadas, eleita regularmente, e que não foi feita à pressa, para formalizar a legalidade de uma manif. Concordando ou não com a acção dos sindicatos, sendo ou não sindicalizada, são eles que nos representam. Os sindicatos são os únicos que podem afirmar com legitimidade que representam professores, e que estão em condições para negociar, que têm projectos próprios, alternativas e que são minimamente organizados. O apelo aos espíritos livres decididamente não me tem convencido. Seria importante repetir o 8 de Março, mas é muito mais importante saber e ter uma estratégia para o dia seguinte.
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