20081204

'CAOS DIFERENTE DE ANARQUIA!!!'

Imagem redimensionada a partir de aqui
"Acho que em vez de se falar de anarquia nas escolas, devia-se falar de caos, mas nem isso é correcto, pois o que está a instalar-se é uma anomia, ou seja, ausência de vontade, as pessoas estão cansadas de tantas imposições arbitrárias, de tantas injustiças.
Muitas -com muitos anos de serviço - desanimam e querem ir-se embora. Não são pessoas «baldosas», pelo contrário, são pessoas com elevada e reconhecida competência.
O significado positivo de «anarquia», ausência de hierarquia, não quer dizer desordem, mas o sistema mais organizado que se possa imaginar, pois é a ordem sem coação (Elisée Reclus). Além disso, exemplos muito importantes para a pedagogia contemporânea são explicitamente de inspiração anarquista: Escola Moderna (existe como corrente desde Ferrer y Guardia e tem vivido em vários países, como importante corrente pedagógica; existe aqui em Portugal uma associação Movimento Escola Moderna), La Ruche (em França antes da 2ª Guerra), Paidea (actual, Cáceres, Espanha), Summer Hill (GrãBretanha, início nos anos 60) etc.
Os teóricos da pedagogia libertária são tomados muito a sério em todas as universidades e especialmente nas cadeiras de pedagogia.
É com muita pena minha que não consigo vislumbrar uma réstia sequer de anarquismo, no discurso e acção política de MLR!!!
Antes fosse!!!
É verdade que o poder PS está apostado em avançar com a agenda neo-liberal na Escola mas de forma encapotada: pô-la ao serviço das empresas, privatizá-la nos sectores rentáveis, usá-la como uma arma mais de controlo político sobre os cidadãos.
Há que aprofundar mais a análise do que tem sido a investida do capitalismo na destruição do que se pode considerar «Estado social», nos países da Europa.
A agenda do PS é perversa, pois clamam ser os grandes defensores da escola pública, mas apenas querem torná-la um local de socialização dos 80 % de futuros cidadãos que serão (dizem os gurus do neo-liberalismo) um peso para uma economia que apenas precisa que 20% da sua população activa tenha empregos «realmente úteis». Como querem manter condições de acumulação capitalista, em vez de se repartir trabalho, intensifica-se o número de desempregados ou de pessoas em precariedade para a vida inteira...
É isso que eles reservam para os filhos dos outros, os seus estão nos «melhores» colégios e têm assegurado um futuro risonho (julgam eles) a coberto da promoção dos seus pais a membros da classe dominante (por intermédio da ascensão ao topo da carreira política e daí para os negócios)."
Manuel Baptista

2 comentários:

quink644 disse...

Tenho pregado até à exaustão essa conclusão... O que estamos a assistir e a viver é um verdadeiro crime... O pior é que as forças começam-me a faltar, parece-me que está tudo doido e, ao contrário da ministra, quando assim penso pergunto-me se não serei eu que o estou a ficar.

Anónimo disse...

Companheiro, antes esta tua (ou nossa, de quem assim sente) loucura do que a sanidade da senhora ministra e outros que tal.

Que não te falte a força nem o humor a que nos tens habituado.

Descansa e abstrai-te desta saga o mais possível ... para mim, tem funcionado.

abraço solidário,
M.