20090314

Onde estão os números?

"... o secretário-geral de Segurança Interna decidiu acelerar a entrega do relatório ao Parlamento e não vai esperar pelos dados da Educação sobre violência nas escolas.
[...]o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) [2007] teve um capítulo dedicado à "Escola Segura", onde se juntaram os números registados pela Educação, de casos ocorridos no interior das escolas, com os das Forças de Segurança, que tinham os crimes no espaço exterior.
Este ano, contudo, sem que a Educação tivesse apresentado qualquer motivo, estas estatísticas não foram ainda divulgadas."
in, Diário de Notícias
Porque será??

A desconfiança relativamente às forças de segurança e à justiça leva a que muitos crimes fiquem sem a devida participação e, se isto é verdade para a generalidade das situações, ainda é mais verdade para os casos ocorridos dentro da escola. Assistimos a um recrudescer dos casos de violência na escola que não tem sido reflectido pelas estatísticas. De facto, em muitos casos a ausência de queixa resulta mais da banalização da violência e do medo, do que da desconfiança relativamente às autoridades (professores, Escola Segura) . Entre muitos os conselhos executivos impera uma teimosa determinação em resolver os problemas dentro da escola, de forma que a ela não se cole o rótulo de "insegura", este mascarar da situação adia a resolução dos problemas e beneficia os infractores. Exemplar deste estado de espírito é o protelar deliberado da participação às entidades competentes, inclusivé, em casos que envolvem armas de fogo.
A mediatização de casos de violência no recinto escolar tem levado a que professores, alunos e, encarregados de educação, tenham maior consciência dos seus direitos e, a que o "abafamento" das situações seja cada vez mais difícil, o poderá ter tido reflexos nas estatísticas por isso, jogam-se os incómodos números para debaixo do tapete.

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