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20080331

Quem é José Laboureur?


O debate sobre a quebra da disciplina e dos valores está aceso em França, depois dos acontecimentos numa escola em Berlaimont.
José Laboureur, é um professor de tecnologia, que deu um tabefe num aluno de onze anos que o apelidou de “conard” e, que recusou pedir desculpas ao aluno, preferindo levar o caso a tribunal onde será acusado de “violência agravada” arriscando-se, agora, a uma pena severa (até 3 anos de prisão).
Há dois meses, este professor de 49 anos, reconhecido por numerosos pais como “excelente pedagogo”, foi detido depois dos pais de um do aluno o terem acusado de agressão no, final de uma aula por causa de uma secretária mal arrumada.
No meio de tudo este imbróglio o aluno só foi sancionado quando o caso se tornou público e a intervenção Xavier Darcos, Ministro da Educação, obrigou à sua suspensão por 3 dias.
José Laboureur,confirma a agressão e lamentou-a mas, considerou que a acção das autoridades não foi proporcional: “Em trinta anos de ensino, nunca ninguém me falou assim”, disse ele. “Eu vi tudo vermelho e bati-lhe. Foi uma reacção espontânea … Senti-me como um criminoso, fui preso, fotografado, obrigado a dar as impressões digitais e uma amostra de DNA. Isto não era necessário.
Circulam petições na Internet promovidas pelos sindicatos da educação que já reuniram mais de 40 000 assinaturas em favor de José Labourer e que de alguma forma o incentivaram a seguir a via judicial.

Não houve braço-de-ferro, disse ele.

[…]A Professora recusou-se a capitular. Não deixou que lhe tirassem à força algo que, no exercício das competências em que está investida, tinha achado por bem confiscar. E não cedeu face a pressões selváticas. E não capitulou face a agressões verbais. E manteve-se digna no posto que lhe foi confiado pela sociedade, com elevação e consistência, cumprindo as expectativas depostas na sua missão. A Dra. Adozinda Cruz é um modelo de coragem que o país tem que aplaudir. Que a nossa confusa sociedade precisa de aplaudir porque é uma sociedade carente de pessoas como ela. A Professora de francês fez aquilo que tinha que ser feito. Sozinha.[…]
[…]O Procurador-geral actuou a tempo e o Presidente da República, ao chamá-lo a Belém, diz ao país e em particular ao governo que o caso não está nem resolvido nem o executivo conseguiu um vislumbre de solução. Talvez fosse importante reforçar esta mensagem de preocupação, solidariedade e cidadania recebendo em Belém a Professora que não se intimida e é capaz de ser firme no meio do caos em que se tornou a educação pública em Portugal. As famílias entenderiam que a tolerância cúmplice e desleixada do Ministério, das escolas, sindicatos e acratas irresponsáveis iria acabar e poderiam começar a mudar o seu próprio comportamento.

Mário Crespo, Jornal de Notícias, 31/03/2008