«Confesso que, provavelmente por influência da minha passagem pelos anos 60, continuo a sofrer de uma nem sempre controlada resistência a tudo o que significa PROIBIR. Embora consciente, até por (de)formação profissional (médico com especialidade de Saúde Pública), de que a chamada Educação para a Saúde não tem a eficácia que se considera necessária para obter a mudança de atitudes, e a transformação de comportamentos, que conduzam, a médio e longo prazo, à efectiva melhoria da saúde individual e colectiva, continuo defensor de que o respeito de cada um por cada um começa exactamente pelo dever que tenho de defender o direito de cada um ser criança, jovem, mulher ou homem, com a plena liberdade de viver numa sociedade sem hipocrisias, onde todos caibamos, conscientes de não sermos sós, estejamos em que lugar estivermos.
Se a vida para se viver tem que ser cercada de arames farpados para nos protegermos de medos e fantasmas construídos ao sabor das modas, das opções políticas, das orientações morais, das convicções religiosas, ou seja o que for, então, chegará certamente o dia em que nos iremos obrigatoriamente abster de abrir a porta do sossego da nossa solidão, com receio de sermos incapazes de suportar a suprema vigilância das diversas autoridadezinhas que irão crescendo nas bermas das estradas, com os olhos permanentemente abertos e as mãos cautelosamente armadas, na preocupação constante de decepar, sem piedade, o mínimo gesto que possa traduzir alguma reacção desajustada ou, sequer, sugerir uma simples angústia perante a realidade oficialmente decretada como normal.
PROIBIR é necessário?
vieira da silva
Ílhavo, 06/Janeiro/2008»
Se a vida para se viver tem que ser cercada de arames farpados para nos protegermos de medos e fantasmas construídos ao sabor das modas, das opções políticas, das orientações morais, das convicções religiosas, ou seja o que for, então, chegará certamente o dia em que nos iremos obrigatoriamente abster de abrir a porta do sossego da nossa solidão, com receio de sermos incapazes de suportar a suprema vigilância das diversas autoridadezinhas que irão crescendo nas bermas das estradas, com os olhos permanentemente abertos e as mãos cautelosamente armadas, na preocupação constante de decepar, sem piedade, o mínimo gesto que possa traduzir alguma reacção desajustada ou, sequer, sugerir uma simples angústia perante a realidade oficialmente decretada como normal.
PROIBIR é necessário?
vieira da silva
Ílhavo, 06/Janeiro/2008»
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