Se é suposto compreenderem o que está em causa e as virtualidades deste modelo, vamos imaginar a sua aplicação a uma outra profissão, os médicos.
A carreira seria dividida em duas: médico titular (a que apenas um terço dos profissionais poderia aspirar) e médico.
A avaliação seria feita pelos pares e pelo director de serviços. Assim, o médico titular teria de assistir a três sessões de consultas, por ano, dos seus subordinados, verificar o diagnóstico, tratamento e prescrição de todos os pacientes observados. Avaliaria também um portefólio com o registo de todos os doentes a cargo do médico a avaliar, com todos os planos de acção, tratamentos e respectiva análise relativa aos pacientes.
O médico teria de estabelecer, anualmente os seus objectivos: doentes a tratar, a curar, etc. A morte de qualquer paciente, ainda que por razões alheias à acção médica, seria penalizadora para o clínico, bem como todos os casos de insucesso na cura, ainda que grande parte dos doentes sofresse de doença incurável, ou terminal. Seriam avaliados da mesma forma todos os clínicos, quer a sua especialidade fosse oncologia, nefrologia ou cirurgia estética...
Poder-se-ia estabelecer a analogia completa, mas penso que os nossos 'especialistas' na área da educação não terão dificuldade em levar o exercício até ao fim.
A questão é saber se consideram aceitável o modelo? Caso a resposta seja afirmativa, então porque não aplicar o mesmo, tão virtuoso, a todas as profissões?
recebido por mail
5 comentários:
sei que o escrito não é seu.
discordo da maior parte dele.
a única coisa que pergunto: conhece o sistema de progressão de carreira médica? conhece a maneira como são avaliados?
já agora, porque não adaptar o sistema de carreira médica aos docentes?
Pelos vistos toda a gente tem soluções. Toda a gente que está de fora, entenda-se. Será, talvez, altura de os professores começarem a opinar acerca das outras profissões e dos respectivos profissionais. Que tal, para começar, um fórum de professores subordinado ao tema “que jornalismo no século XXI”?
Foi só uma ideia…
Eric Blair!!! Há quanto tempo!!!
Olha, concordo plenamente contigo e alinho. Bora lá opinar sobre os jornalistas e depois sobre os cirurgiões. Um por semana ...
Ora aí está um comentário bem feito.
Já tinha pensado exactamente o mesmo: Se os médicos fossem avaliados pelos doentes que lhe morrem, ninguém atenderia os casos complicados.
Aliás a ministra da educação falou em tempos que "tal como os médicos competentes tomam a seu cargo os doentes mais complicados também os professores mais qualificados deveriam atender os alunos mais difíceis".
Agora digam-me lá: Quem é o otário do professor que espontaneamente irá procurar os alunos difíceis para leccionar, tendo em conta o actual estado de coisas? Por mais competente que fosse, corria o risco de acabar o ano, senão doido pelo menos completamente estafado. Por outro lado, tendo em conta a forma como somos avaliados, tanto pelos resultados dos alunos como pelos seus papás, seria um suicídio profissional. Passava logo de competente a incompetente.
Que responderão a isto as iluminadas cabeças que elaboraram este modelo de avaliação dos professores?
É claro que não respondem nada!
E,SÓ NÃO RESPONDEM NADA, PORQUE (PERDOAI-LHES SENHOR), NÃO SABEM O QUE ANDAM A FAZER!
Ora aí está um comentário excelente!!!!
:)
Abraço,
M.
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