20080520

Lembram-se do PU - Professor Único?

Aparece como caído do nada a notícia da 'fusão' dos 1.º e 2º ciclos (ver Público), do nada, não, mas de um estudo apresentado no Conselho Nacional de Educação, coordenado por Isabel Alarcão.
Lê-se o estudo, que por acaso está muito bem elaborado, e não vemos a expressão 'fusão' em lado algum! Este estudo, "A educação das Crianças dos 0 aos 12 anos" enuncia uma série de constrangimentos e aponta várias tentativas de solução, alicerçadas em 2 vectores:
- um currículo integrado e áreas especializadas;
- coordenação e gestão da globalidade do currículo pelo professor responsável pela turma e pela equipa de docentes.

Este 'professor responsável' é que, no entender dos autores, será o coordenador de 'professores coadjuvantes' e o garante de uma mais correcta transição dos alunos.
O estudo comporta uma lógica de gestão integrada que não prevê, de forma alguma, uma monodocência estanque, bem pelo contrário. No entanto, o Sr. Secretário de Estado Valter Lemos, famoso arauto do P.U. (Professor Único), agarrou de imediato a ideia de um estudo que ainda se encontra em fase de análise para, mui repentinamente afirmar:
As bases já estão criadas, o perfil dos professores já foi alterado de modo a que, se for preciso, estejam preparados para a mudança.

Ora aí está! Aí está tudo quanto precisava para ter um só professor...! Mas é melhor ler o estudo, ler Sr. Secretário de Estado, para aquilatar o que lá é dito e defendido para depois, sim depois e com cabeça, pensar no melhor caminho a seguir, porque muito mais traumatizante que a passagem da pluri para a monodocência será refundar tudo sem ninguém perceber nada, em particular os alunos, que sabem, sabem e sonham com o momento que darão um passo importante do seu crescimento - a entrada no 2º ciclo!

Eles, os alunos, também sabem, sabem e pensam..., e sonham com etapas, com metas que querem ultrapassar como se de conquistas de imperiosa afirmação pessoal se tratasse.

1 comentário:

Anónimo disse...

Se sabem e se pensam... e se sentem. E não merecem o que lhes está a ser feito. E como não são ouvidos, reagem de que modo?
Nós adultos, não nos responsabilizamos por lhes dar o melhor?
As crianças sabem, sentem e pensam...
Abraço, Marginal - que de marginal nada tens a não ser um grito de revolta. E desculpa-me se falei demais.
M.