20080606

Afinal sempre se pode dizer NÃO ao Director!


Professores da Ec. Sec. Santa Maria da Feira dizem não ao director


No âmbito do amplo debate democrático que o DIA D proporcionou, um grande número de professores da Escola S/3 de Santa Maria da Feira rejeitou os fundamentos, os termos e as intenções do novo modelo de gestão das escolas e comprometeu-se a não viabilizar o seu funcionamento, por via da não apresentação de candidaturas dos professores ao conselho geral transitório.
Com base neste compromisso, e na convicção de que era importante mostrar rapidamente que os professores podem, só por si, derrotar o modelo do ME, foi aberto concurso e os docentes não apresentaram candidaturas.
Se este exemplo se multiplicar e se for possível, por esta via, evitar a constituição do conselho geral num número muito significativo de escolas, os professores estarão a impor uma importante derrota à equipa de Lurdes Rodrigues e a dar corpo à exigência de que a manutenção de um modelo democrático, colegial e electivo é, hoje, inseparável do combate à desprofissionalização e à descaracterização da profissão docente que os actuais responsáveis do ME, fiéis discípulos da ideologia neoliberal, por todos os meios pretendem impor.
Seguir o exemplo dos professores da Escola S/3 de Santa Maria da Feira e rejeitar um modelo marcado pelo centralismo, pelo autoritarismo e pelo seguidismo é também contribuir para a derrota de uma ideologia bacoca, mas perigosa, que pretende destruir a solidariedade e a igualdade e instalar no seu lugar o individualismo, a indiferença, a insegurança, a obediência e a submissão.


Santa Maria da Feira, Junho de 2008.


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5 comentários:

Anónimo disse...

As "gentes" do Norte são mais aguerridas. Mais abaixo anda tudo mais "aborregado", como diria Saramago.
É pena que não seja assim em todas as escolas... mas há gente ávida de "poderzinho", mesmo que raquítico... Nunca seríamos 140 000, nunca...

Anónimo disse...

Está na altura de, preto no branco, os professores denunciarem o que efectivamente se está a passar nas escolas e na Educação. Tudo. Com a garantia de confidencialidade e de que se farão, efectivamente, ouvir.

queixasdeprofessores.blogspot.com/
(Movimento Mobilização e Unidade dos Professores)

anahenriques

Anónimo disse...

Não creio que o ME recue só porque as escolas se recusam a eleger o conselho geral.
Está previsto na lei, que nesta eventualidade, as direcções regionais nomearão uma comissão para substituir o CG.
Escusado será dizer que vamos gramar com os tais, que fazem o jogo da ministra.

Anónimo disse...

Já estamos a gramar com aqueles que um dia elegemos e que agora se colocam ao serviço dos jogos da ministra e de outros(poder local)

Manuel Baptista disse...

Quanto mais não seja, este processo tem a propriedade de mostrar à sociedade até onde vai a aberração do conceito de escola pública como «escola do estado». Não confundamos as coisas: eles querem uma escola estatal, tão submissa ao governo como qualquer outro dócil instrumento de poder. Para os candidatos a hitleres, pública significa «de polícia»; não se afastaria muito disso a «classe» docente, política e polícia do povo.
A esta pseudo-escola pública estatal, há que contrapor uma escola pública do povo e para o povo.
Só esta interessa defender.
O facto de se governamentalizar (ainda mais...) os cargos nas escolas, mostra até onde foi a tal unidade política entre 'alas esquerdas' do PS, PCs e BEs, durante tanto tempo...
Uns e outros ficaram cmpremetidos, irremediavelmente, com a polícia/política do governo de turno... a unidade acrítica entre uns e outros foi juntar «lobos» e «cordeiros» numa mesma cerca!!!