20081101

'Plataforma quer manter o Entendimento com MLR'

Imagem: SPLEU

"Plataforma mantém o Entendimento com MLR! Os Movimentos não! As duas manifestações mantêm-se! Dia 8, a convite dos sindicatos! Dia 15, por exigência dos Professores! Plataforma separou as águas e ficou claro que não quer misturas! Mário Nogueira, ao Correio da Manhã, já o tinha dito de uma forma inequívoca, quando referiu “A nossa manifestação é dia 8 e quem quiser vir, venha que faz falta. ‘(...)". Está tudo dito! Os Professores pediam mais aos seus legítimos representantes, eleitos por eles, a quem pagam as suas quotas! Mas não! Do alto do seu poder, sentindo-se ameaçados com a força dos Movimentos, não pensaram nos Professores e não se esforçaram por encontrar objectivos de luta comuns, capazes de reunir, numa só manifestação, 140 mil professores! Mas, a verdade, é que eles também não nos querem lá a todos! No fundo, apenas pretendem contar mais cabeças que no dia 15 de Novembro! É para isso que servimos! Somos números ordenados para a contagem final! Os Movimentos, esses, deram prova de bom senso, não fazendo campanha contra o dia 8, mas apelando à participação de TODOS no dia 15! Fizeram-no, porque sabem o que custa estar na escola dia e noite, operacionalizar o impossível de operacionalizar, preencher grelhas, planificações, avaliações, aulas, materiais, actividades e um sem número de tarefas que nos mantêm concentrados em nós próprios e, cada vez menos, nos nossos alunos! Os Movimentos mostraram quais os objectivos da luta que travam! Agora nós, que somos, simplesmente, Professores, temos de fazer uma opção: ou vamos às duas ou optamos por uma delas! Na manifestação do dia 8, seremos apenas um número que servirá, exclusivamente, para encher o ego dos sindicatos e, mais importante, para LEGITIMAR O ENTENDIMENTO ASSINADO ENTRE MLR E A PLATAFORMA SINDICAL! A Senhora Ministra não precisará ficar preocupada! E nem está! Tem, calmamente, referido para quem ainda a consegue ouvir, que os Sindicatos assinaram um acordo e que, portanto, NADA será alterado até Julho de 2008! E alguém duvida de que a avaliação será feita se dermos força à Plataforma? Só com uma manifestação independente que reúna os Professores que na escola, de facto, estão atolados em papéis sem nexo, poderemos mostrar que sem nós, não há avaliação absurda capaz de ser implementada! É a nossa voz que forçará MLR! Nunca a voz da Plataforma, tal como está provado ao longo destes três anos! Podemos até ir a oito! Podemos até novamente ser 100 mil ou mais! Estejam certos que, depois, NADA voltará a acontecerá! Por isso, me sinto violentado quando os sindicatos, mesmo assim, não hesitam em me chamar para me manifestar e dizer “ sim, senhor…continuem…aqui estou eu a contribuir para a vossa representatividade”! É como se sentisse a espinha a vergar, devagarinho! Com a minha cabeça, eles não contarão! Dia 15, sim! Estarei lá, de cabeça erguida, soltando gritos de revolta contida contra MLR, contra a sua política educativa! Agora, cada Professor terá de fazer a sua escolha! De forma lúcida e bem consciente! De forma a ficar de consciência tranquila! De forma a contribuir, de facto, para a manifestação de repúdio pelo sistema caótico instalado nas escolas e para a sua rápida alteração.

Olhem que depois de 15 não há mais nenhuma manifestação marcada… Só grelhas! Só aulas assistidas! Só objectivos! Só…e só! Agora, decidam!

Se pensas estar presente no dia 15, tens um papel importante a desempenhar na tua escola, junto dos teus amigos e colegas! Informa-os! Imprime todos os textos que consideres importantes e divulga-os! Manda-os por correio electrónico! Organiza a viagem! De carro, de autocarro, de comboio! Mobiliza! Motiva! Fá-lo por ti e por todos nós! Os sindicatos já vimos o que são capazes de fazer! E nós? Seremos nós capazes de agir de forma livre e independente? Dia 15 de Novembro, sem sombra de dúvida!" (Autor devidamente identificado)

8 comentários:

Anónimo disse...

Espectacular, Moriae: É exactamente o que eu penso. Na verdade, ir no dia 8 não faz sentido, é mais uma forma de reforçar o apoio ao memorando.

Anónimo disse...

"depois de 15 não há mais nenhuma manifestação marcada…"

O vosso maior erro é não verem mais nada além d'"A" manifestação. Continuam a achar que não há mais nada a fazer contra a política ministerial do que manifestações ao sábado. E que conseguem tudo o que querem com UMA manifestação.

Santa ingenuidade!

Anónimo disse...

É isto mesmo que eu sinto!!! Que bom encontar alguém que, de forma eficaz, o sintetiza!
Apesar de surgir no comentário como anónima, tenho nome
Bebiana Gonçalves

Anónimo disse...

Bebiana e António,

eu também tenho nome, também tenho alertado para a polarização estéril entre profs em torno das duas datas.
Tenho visto que há muita falta de maturidade, muita incapacidade em ver aquilo que é realmente eficaz em termos de luta. Não considero as pessoas más ou boas, considero que estão muitas vezes imbuídas de imagens «românticas» do que seja a luta social.
Apenas investindo dentro de sindicatos, doa o que doer, poderemos mudar a correlação de forças. Sim, é verdade que uma casta de burocratas os controla. Mas não é menos verdade que temos alguma possibilidade de actuar ao nível local se organizarmos e fizermos funcionar convenientemente um núcleo sindical em cada uma das nossas escolas.
Que as pessoas atentem na enorme quantidade de esforço dos/das activistas (sindicalizados ou não, inscritos em moviementos ou não). Vamos desperdiçar todo esse esforço, mais uma vez?
Há que aproveitar essas mega-manifestações para construir comissões de luta ao nível local, que poderão começar por reunir por escola as pessoas. Assim, essas pessoas poderão se reunir entre si, mais tarde e erguerem desde a base, mil e uma comissões de luta.
Isto vai precisar muita luta.
Eu estou confiante que os professores já perceberam que se não forem eles/elas próprios/as a lutar, ninguém lutará por eles/elas.
Por isso, apesar de tudo, estou optimista!!!
Beijos e Abraços,
Manuel Baptista

Anónimo disse...

as datas não importam e estas divisões baseadas em politiquices só divide. o k importa é unir esforços e lutar.

Manuel Baptista disse...

Bebiana e António,

eu também tenho nome, também tenho alertado para a polarização estéril entre profs em torno das duas datas.
Tenho visto que há muita falta de maturidade, muita incapacidade em ver aquilo que é realmente eficaz em termos de luta. Não considero as pessoas más ou boas, considero que estão muitas vezes imbuídas de imagens «românticas» do que seja a luta social.
Apenas investindo dentro de sindicatos, doa o que doer, poderemos mudar a correlação de forças. Sim, é verdade que uma casta de burocratas os controla. Mas não é menos verdade que temos alguma possibilidade de actuar ao nível local se organizarmos e fizermos funcionar convenientemente um núcleo sindical em cada uma das nossas escolas.
Que as pessoas atentem na enorme quantidade de esforço dos/das activistas (sindicalizados ou não, inscritos em moviementos ou não). Vamos desperdiçar todo esse esforço, mais uma vez?
Há que aproveitar essas mega-manifestações para construir comissões de luta ao nível local, que poderão começar por reunir por escola as pessoas. Assim, essas pessoas poderão se reunir entre si, mais tarde e erguerem desde a base, mil e uma comissões de luta.
Isto vai precisar muita luta.
Eu estou confiante que os professores já perceberam que se não forem eles/elas próprios/as a lutar, ninguém lutará por eles/elas.
Por isso, apesar de tudo, estou optimista!!!
Beijos e Abraços,
Manuel Baptista

Safira disse...

moriae

Fui ao encontro de professores em Setúbal, foi lindooooooo!!

Encontri lá o Paulo Guinote, que teve uma intervenção fantástica. O Mário Machaqueiro esclareceu o porquê do apelo do dia 8 à manifestação, mas também disse porque se mantem o dia 15 de Novembro. Ufa! Fiquei mais elucidada.

Abraço,

Safira

Anónimo disse...

Safira,

do PG não se esperaria outra coisa e o MM parece estar à altura :)
e ... os nossos colegas estiveram bem!

Fico particularmente contente por 'te' ver mais descansada e feliz.

Bom domingo e até sempre!
Abraço,
M.