20090504

E nós por cá ficamo-nos por uma "manifestaçãozeca" apenas de "professorzecos"?



França: professores em desobediência pedagógica

Começou com um acto de recusa individual de aplicar um decreto ministerial que acrescentava duas horas por semana aos “maus alunos” na primária, segregando-os e estigmatizando-os. Na verdade, o objectivo profundo desta medida não destoa do que conhecemos no nosso país: despedir os milhares de professores de apoio das chamadas RASED (redes especializadas de apoio a alunos com dificuldades). Alain Refalo, o primeiro professor a declarar desobediência pedagógica, decidiu, com o apoio dos pais utilizar essas horas para desenvolver um projecto de teatro com todos os alunos. A recusa seguiu por escrito para a inspecção e a partir daí passou-se da disputa pedagógica para a ameaça disciplinar.
Outros seguiram Refalo e surgiu um movimento colectivo de desobediência que não se opõe apenas a este decreto mas em toda a reforma governamental do ministro Darcos com o seu cortejo de despedimentos com o aprofundamento da precarização da classe, com a criação de “novos” programas acusados de conservadorismo.
Das ameaças o poder passou às sanções. Bastien Cazals foi o primeiro sancionado tendo-lhe sido retirados doze dias de salário devido à sua recusa de aplicar o referido diploma. Depois Refalo seguiu o mesmo caminho, tendo vistas descontadas oito dias por mês a partir do momento em que se declarou em desobediência.
A repressão, ao invés de fazer desistir os insubmissos, fez crescer o movimento que hoje se conta já pelos milhares (entre os que declaram por escrito a sua desobediência às autoridades e os que desobedecem sem fazer qualquer comunicação).

A seis de Maio lançam mais uma “jornada de desobediência” na escola.

Quem quiser seguir o movimento pode ler o seu blogue aqui.

Quem quiser ouvir as suas razões pode fazê-lo aqui.

Carlos Carujo, São Brás de Alportel

Movimento Escola Pública

in Blogue do MEP

2 comentários:

Hurtiga disse...

Sim Kaótica, deve ser isso que vai acontecer... É a tal falta de... "tomates"...
Temos de ver a coisa proporcionalmente directa à mentalidade do país e ao tamanho dos "ditos cujos"... infelizmente...

abraço

ASHA disse...

Em França já são muitos anos de democracia, apesar dos sarkozis de circunstância. Por cá, ainda são mentalidades mesmo muiiiito pequeninas. E tristes, muito tristes mesmo!

(pergunto-me se não terão medo do que diz a opinião pública e os papás....)