20080323

Ao 3º dia, a Senhora reage!


«Ao 3º dia a Senhora Ministra da Educação reage à brutalidade de uma agressão a uma professora com o desplante habitual! Além de classificar como “ oportunismo político” todas as opiniões emitidas, por todos os quadrantes políticos, pela sociedade, pelo país que acordou chocado na manhã de 5ª Feira Santa, avisa que “não vale a pena estarem a criar actos políticos. São situações despropositadas”. Despropositada será, certamente, a sua opinião! Despropositada e extemporânea! Não conseguirá, a Senhora Ministra, arranjar uma justificação menos oca, menos batida e gasta? Onde esteve durante estes três dias? E aparece agora para dizer o quê, exactamente? Falar em política e em políticos? A Senhora Ministra considera que aquilo que levou 100 Mil Professores à rua está alicerçado em preocupações políticas? Os professores têm vindo a identificar os problemas que estão a conduzir a Educação de um país para o descalabro e querem vê-los resolvidos. A indisciplina é, certamente, um deles! Não estão preocupados com as intervenções políticas da Senhora Ministra e das respostas que deverá dar, em sede própria, aos diferentes partidos da oposição! A Senhora Ministra poderá esclarecer publicamente qual é o artigo do Novo Estatuto do Aluno que permite, na sua opinião, “dar mais autoridade aos professores e dar mais facilidade em se apurar responsabilidades em casos semelhantes” ?! Qual é o artigo que os professores e as escolas deverão aplicar em circunstâncias semelhantes?!

"Invocar o Estatuto do Aluno a despropósito, sem uma palavra para a professora e a escola, e tratar politicamente de um assunto que é da competência da escola é um mau caminho", afirmou Maria de Lurdes Rodrigues. Como pode uma Ministra da Educação dizer uma coisa destas se, ela própria, ao longo de três dias, não disse uma palavra que fosse nem para a professora nem para a escola?! E, já agora, como explica as declarações do seu Secretário de Estado, Valter Lemos, que disse à SIC que o Ministério estava a proceder “ às alterações ao Estatuto do Aluno” de forma a “ reforçar a autoridade dos Professores”? Já nem o Senhor Secretário de Estado a entende, Senhora Ministra?!

JL»

1 comentário:

Maio disse...

Governo e pais, do lado errado da (falta de) Educação!

A Ministra da "Educação" (que, finalmente, resolveu falar…) e os pais (representados pela FECAP, Federação Concelhia das Associações de Pais de Porto) estão em perfeita sintonia em matéria de assunção das responsabilidades pela vergonha sucedida na escola secundária de Carolina Michaellis, ou seja, sacodem-nas.
Maria de Lurdes Rodrigues acusa a oposição de oportunismo político e repete uma vez mais, talvez para se convencer a si mesma, que o seu Estatuto do Aluno não desautorizou os professores nem tem nada a ver com o aumento da violência escolar. Acha até que isso é (mais) um problema para as escolas e os professores resolverem.
Os pais/ FECAP, por seu lado, seguindo o exemplo da ministra, lamentam o aproveitamento político da agressão por parte dos sindicatos e criticam a linha SOS Professor, criada para atender professores vítimas de agressão de alunos e pais/ encarregados de "educação" (têm de comer e calar, pelos vistos). Sobre a responsabilidade e o dever que por inteiro lhes cabem na educação dos filhos, que são seus, nada dizem, desculpando-se com "a complexidade dos problemas sociais em que vivemos" que, segundo parece, só os afligem a eles.
Moral da história:
Parece que a Escola e os professores, além de terem de transmitir conhecimentos e competências aos seus alunos, ainda têm de arcar com uma tarefa que compete, em primeiro lugar e no essencial, à família: a educação das crianças e dos jovens. Ainda por cima, as mais das vezes, enfrentando a incompreensão e a má educação de quem verdadeiramente tem essa responsabilidade, os pais. E, pior ainda, sem o necessário apoio do Estado. Não é justo. Assim, não vamos lá!…

Resistir é preciso!
Cantigas do Maio