20080316

Experiências de Unidade em Defesa da Escola Pública

Marcha da Indignação, Lisboa 8/Março
(100 000 cidadãos unidos)


«Quando podemos encontrar-nos com os pais e explicar-lhes como funcionam as coisas, as relações são em geral boas e sentimo-los prontos a agir de acordo connosco», diz Odile Dauphin, professor de história e geografia. Há dois anos, estava eu no Henri-IV, aquando da reforma Allègre do ensino secundário. Com o SNES (Sindicato Nacional do Ensino Secundário) e o SNFOCL (Sindicato Nacional Força Operária das Escolas Básicas e Secundárias), conseguimos juntar mais de duzentos pais para os informar do que estava a ameaçar os seus filhos e o ensino em geral. «A reunião, realizada num sábado de manhã, correu bem, foi aprovado um apelo comum, e aquando da nossa greve, que durou três semanas, contámos com o apoio, e por vezes mesmo com a participação, de pais em muitas manifestações, apesar de tudo isto ter levado à desorganização do ensino. Aliás muitos pais fizeram a ligação com o que se passava ao nível do seu trabalho (hospital, correios...) e se não pudemos propriamente criar um "soviete Henri-IV", soprou nesse ano um vento de revolta no cruzamento da Rua Clovis com a Rua Clotilde, muito solidário com o que então se passava nas famosas escolas secundárias dos subúrbios.»

(in Maurice T. Maschino, Pais Contra Professores, França, 2002, Ed. Campo das Letras)

6 comentários:

Anónimo disse...

os pais que ainda fazem filhos despejam-nos na escola

olhaqui disse...

esta geração que actualmente frequenta o ensino básico em Portugal, ficará conhecida por:

OS FILHOS DA ESCOLA

Anónimo disse...

Os filhos da escola diferem muito dos pintainhos filhos da chocadeira ??!!!!

Como serão estas crianças no amanhã??!!!

Anónimo disse...

Colegas,

Ando à espera que os animos se acalmem para poder haver uma troca de ideias construtivas, mas o entusiasmo, compreensível, de muitos apinadores tem-na tornado um pouco difícil.
Penso ter chegado a hora de fazer um “brainstorming” para, de forma criativa, passarmos ao plano B, ou a vários planos. Se fomos capazes de nos mobilizar desta forma, poderemos fazer muito mais. Com calma, com inteligência e com criatividade. Estas demonstrações e manifestações mostraram que algo não vai bem com a educação e chamou a atenção de opinadores e opinião pública, para o mal e para o bem. Até acho bem que as opiniões se extremam um pouco, como no caso do artigo do Rangel, para mostrar até que ponto a atitude dos “contra” são geralmente grotescas, insultuosas, ou apenas desconhecedoras da realidade.

Tenho pensado muito e creio, sinceramente, que a continuar as manifestações nos mesmos moldes, estas poderão virar-se contra nós. Foram eficazes, pronto. Estamos aqui, agora há quem nos ouça. Façamo-nos ouvir! Penso que devemos agora passar ao esclarecimento da opinião pública, começando pelos encarregados de educação dos nossos alunos e pelas associações de pais das nossas escolas e/ou agrupamentos. Deveriamos mostrar-lhes, ponto por ponto, as alterações que “mexem” com os seus educandos, com as aulas dos seus filhos, com o futuro deles. NÂO PARA NOS QUEIXARMOS apenas daquilo que nos toca, mas daquilo que toca aos alunos. Mostrar-lhes, por aritmética simples e em português claro, que os professores sempre cumpriram mais do que as 22h dos seus horários e lembrar-lhes dos projectos pedagógicos, actividades desenvolvidos nas escolas destacando, inclusive, o mérito e os prémios alcançados por muitos alunos e turmas, porque os há em todas as escolas. E depois:

- alertá-los para os moldes em que estão a decorrer a maioria das aulas de substituição, uma vez que não é o ouro sobre azul propalado pelo ME. Eles que perguntem aos filhos.

- Mostrar-lhes as desvantagens de uma escola a tempo inteiro, do cansaço dos alunos decorrente destas iniciativas. Nem todos os alunos são iguais e não se lhes pode impor actividades iguais para todos durante 8, 9, 10 h.


- Do grande logro que serão as aulas dos alunos de professores titulares que passarão para 2º plano em certas alturas do ano. Estes deixarão os seus alunos com professores substitutos quande faltares a 20, 30 40 aulas por ano para poderem avaliar os colegas.

- Da injustiça do sistema de faltas do novo estatuto do aluno que vai ser aplicado mais dia menos dia.

- Do problema criado pela novo sistema de classificação dos alunos do ensino especial e das implicações que irão ter em futuras turmas” normais”.


- Da crescente falta de apoios aos alunos com NEE temporárias, ao abrigo de uma classificação polémica como é o CIF.

- Mostrar a grande fragilidade do sistema de um professor generalista para o 2º ciclo, que provocará uma maior infantilização das crianças e uma menor preparação das mesmas.


- Lembrar que a forma irresponsável como o ME quis impor a TLEBS, contrária a todas as opiniões de professores, pedagogos e especialistas, é a mesma que está presente nestas imposições legais todas.

- Mostrar que o nosso cepticismo face ao novo RAAG e da influência da gestão autarquica se prende com o modo, por exemplo, como 30 anos de gestão autárquica conduziram as escolas do 1ºciclo que estão a ser fechadas

E isto é só do que me lembro agora, no momento. Certamente que outros se lembrarão de muito mais que possa ser dito e serão capazes, de forma mais simples e objectiva, apresentar aos Pais e EE. Talvez em folheto, talvez em pps ou, porque não, num Flipbook tão querido ao ME. Se os blogs e sms inundaram as ruas de profs, que continuem a ser as novas tecnologias a chamar à razão os EE.

Creio que a nossa próxima alternativa é chamar os pais a colaborarem connosco. Tenho mesmo muito receio da mera politização e sindicalização da nossa marcha. Apropriarem-se e estropiarem ou deixarem morrer esta nossa posição seria um crime.

Vou enviar esta minha posição a outros blogs e movimentos e gostaria de saber a vossa opinião.

Muito obrigada pela vossa criatividade, oportunidade e dedicação. Um bem-haja!

Um abraço
Elsie

Anónimo disse...

Elsie,

se quiser publicar algum apelo, ideia, ... aqui, envie-nos para o mail do blogue (ou para o meu), ok?
Abraço,
M.

Unknown disse...

Elsie

Aconselho uma passagem pelo blog da Comissão de Defesa da Escola Pública
http://escolapublica2.blogspot.com onde muito em breve vai ser publicado um documento para ser entregue nas escolas aos pais, pelos professores e associações de pais que tenham a coragem de o fazer. Este documento deverá ser entregue o mais depressa possível, aproveitando as reuniões de avaliação.

Um abraço

PM