“O estatuto de aluno concede-lhe o direito de não reprovar por faltas. Se faltar, o problema não é dele. A escola é que terá que resolver o problema.Tendo singrado na vida e atingido o fim da escolaridade sem saber ler nem escrever e mesmo sem ter posto os pés nas aulas, o estatuto de cidadão concede-lhe o direito de ter um emprego. Se faltar ao emprego como faltava às aulas, o problema não é dele. O patrão é que terá que resolver o problema.
Se, por um impensável absurdo, for despedido, o problema não é dele. O estatuto de desempregado concede-lhe o direito de ter um subsídio de desemprego e o problema é do Estado.
Se, na vigência do subsídio, faltar às entrevistas ou recusar novo emprego, o problema não é dele. As suas habilitações arduamente conquistadas concedem-lhe o direito de escolher emprego compatível e o problema é do Instituto do Emprego, obrigado a arranjar-lhe ocupação, para não aumentar as listas de desempregados.Se, por um novo improvável absurdo, ficar fora do esquema, o problema não é dele, que o estatuto de cidadão com todos os direitos concede-lhe o direito ao rendimento social de inserção.
Que constituirá uma renda perpétua, pois o cidadão tem direito à existência! …
Renda paga pelos portugueses e não, como devia ser, pelos autores desta celerada lei, fautora da indisciplina, do laxismo, do não te rales, da irresponsabilidade mais absoluta, fomentadora da exclusão social!..
Por uma vez, tenho direito à indignação, com todas as letras: P.... que os pariu!...”
UMA PROFESSORA
[Desconheço a autoria]
1 comentário:
Parabéns à anónima autora do texto.
Talentoso, lúcido e perspicaz.
A pergunta essencial está em toda a parte do texto: QUE SOCIEDADE ESTAMOS NÓS A CRIAR?
A sua Voz, a sua denúncia será ouvida...
Parabéns
Cidadania Activa
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