20090126

A Educação não é um Outlet - há imensas razões para resistir

Todo o texto e fotos in IOL Portugal Diário



1. Lista actualizada de 168 escolas e agrupamentos com moções aprovadas em Janeiro


2. CONFLITO DE INTERESSES NO SIMPLEX 2 (Advogado Mário Sousa Mendes)

1. Há conflito(s) de interesses entre os professores todos de uma escola e alguém que sendo seu/sua actual avaliador/a - Presidente do Conselho Executivo - seja candidato/a a Director/a para um próximo mandato.

2. Há ainda outro conflito (da mesma natureza) entre o/a candidato/a a Director/a Executivo/a, na condição de avaliador, e os membros do Conselho Geral de Escola que terão que o/a eleger, sabendo que estão/vão ser avaliados por esse/a candidato/a.

3. Há mais um conflito que deriva do facto de o/a candidato/a a Director/a ser o/a avaliador/a dos "futuros/as escolhidos/as" da sua Equipa e dos/as Coordenadores/as, etc.

Mas, na hipótese de não se verificarem os anteriores conflitos, há este problema:

4. Em algumas escolas, no final do ano, os PCE's não serão os Directores eleitos para o próximo mandato. Nesses casos, o Director apanhará o processo de avaliação na fase final e terá de avaliar professores que ele ou ela não acompanhou ou nem sequer conhece o que torna este processo inoperacional.


3.Educação Especial- será mesmo uma reforma?

Numa nota à imprensa secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, na apresentação do projecto de avaliação e acompanhamento da reforma na educação especial disse que havia freguesias inteiras, e ainda há casos, em que todas as crianças de etnia cigana estavam no Ensino Especial. Numa escola democrática isto não se pode conceber, é uma aberração. (...)
Nesta notícia refere-se ainda mais adiante: a nova forma de sinalização de crianças com necessidades especiais, com base na Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), tem gerado polémica por reduzir o número dos que têm apoio. Para Lemos, isso não é preocupante porque "o objectivo não é ter cada vez mais crianças, mas sim respostas adequadas a cada uma". E deu o exemplo das crianças de etnia cigana.

Em 2007 o Professor CatedráticoLuís de Miranda Correia, do Instituto de Estudos da Criança,Universidade do Minhoescreve um artigo no Educare, bem fundamentado, contestando as CIF.


4. Porque é que estão a destruir a Escola Pública?

4.1. Hoje o ME vem fazer campanha nacional exibindo orgulhosamente um relatório onde aplaude o fechamento de pequenas e ineficazes escolas do primeiro ciclo

Curiosamente elementos da mesma equipa da OCDE visitou Portugal há cerca de um ano atrás, desta feita a pedido do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES)


4.2. Porque é tão desconhecido um importante estudo da própria OCDE, de 2008 (!) elogiando a Escola da Ponte e outras semelhantes?
4.3. Porque não se fala em Ensino Doméstico (ler artigo muito bom no wikipedia).

O DL n.º 553/80 (Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo) define ensino doméstico, mas não o regulamenta. A Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei 46/86, DR 1.ª série, n.º 237, de 14.10.1986, ficha, PDF) não se refere ao ensino doméstico.



2 comentários:

Anónimo disse...

Nesse tal estudo da OCDE sobre o "sucesso educativo" no "sistema português", e nomeadamente quanto aos elogios (de despedida?) que o PM teceu à Milu, existe uma coisa que não entendo: então aquilo não se refere apenas a meia dúzia de experiências de arrumação espacial da sala de aulas?
É da minha vista, fui eu que li mal, ou não se fala ali uma única vez em "reformas" educativas ou, seja de que forma for, nunca se menciona naquele estudo qualquer coisa que possa merecer encómios ou loas à responsável da tutela? O que diabo tem ela a ver com a maneira como se arrumam as carteiras, se o professor está de frente ou de costas para os alunos ou se o "design" das salas é "inovador"?
Tem números, aquele estudo? Não. Tem dados? Népia. Aponta resultados? Nope.
Atão, senhora ministra? Ri de quê?

Anónimo disse...

Adenda ao meu comentário anterior.

Já agora, talvez a OCDE se interessasse por uma visitinha a Timor. É que, se, de facto, o que interessa, se o que é maravilhoso, se é lindo o "open space", então a experiência pedagógica timorense, mal comparando, deveria merecer um prémio europeu em inovação educacional. Ele lá "open space" é em Timor mesmo. Fartei-me de dar aulas em salas sem portas nem janelas, debaixo de telhado de zinco sobre escoras, com alunos sentados no chão (outra extraordinária inovação pedagógica) e com uma espécie de mesa alternativa, em bambu ao natural, incapaz de suportar um simples murro na dita.
Aquilo é "open space" até dizer chega, ó senhores técnicos da OCDE, aquilo sim, é que é inovador à séria!
Quereis, por conseguinte, um "open plan concept" como deve ser? Quais Escola da Ponte, quais quê! Bogoró, Maubara, Lautém, Tibar, e assim, isso é que é uma maravilha.