20080412

Entre o entendimento e o desacordo

Estive hoje na reunião de Leiria. O discurso inteligente e a assumida vaidade de Santana Castilho valeram a tarde. Saí da sala quando se me tornou notório que o adversário principal que orientava a mesa eram os sindicatos e só depois as políticas do ministério. Nos entretantos lá foram distribuindo umas fichas para a criação de mais um sindicato - MAIS UM - embora com a distinta designação de associação. 100 mil foi um número repetido e repetido como se cada um dos professores do 8 de Março se tivesse desmultipicado nos seus espelhos e tivesse enchido a praça por si só. Que fique bem claro, o 8 de Março não é propriedade de ninguém a não ser das políticas dos sucessivos ministérios que levaram a escola pública até aqui, mas que se reconheça também, que sem a existência e a liderança das organizações sindicais esse marco histórico nunca teria sido levantado!
Muitos pensaram que foram estender um rastilho pela avenida e ficaram à espera que a bomba rebentasse, outros compreenderam que foram os "valteres" deste país que produziram a pólvora e a bomba rebentou ali.
Conseguimos muito ali! Um tímido entendimento já deu sinais mas a procissão ainda vai no adro! Só quem só agora acordou para a luta pode querer exigir que a luta se resolva num só dia! É até curioso que, quase sempre, aqueles que mais exigem dos sindicatos, sejam os não sindicalizados e assumidamente anti-sindicais!
Nem a Plataforma nem o Ministério falaram em acordo. Como poderia haver acordo?! Alguém acredita que houvesse acordo? Mas o que também ninguém pode negar é que se conseguiu alguma coisa!
Partilho do desconforto de ouvir cantar vitória da parte das lideranças sindicais e partidárias - é a porca da política - mas não sou incrédulo a ponto de não confiar naqueles que, por função, defendem a minha classe, nem sou ingénuo a ponto de pensar que a luta seria possível sem os sindicatos!
Estou pronto para a luta sabendo, de antemão, que a habilidade e o tamanho do monstro que enfrentamos exige cada vez mais do meu empenhamento numa escola pública ao serviço da educação!
Qual acordo qual carapuça!






16 comentários:

Anónimo disse...

Subscrito, caro colega, colaborador e companheiro destas andanças.
Abraço, Pata imperial!

E desculpa lá, mas amigo também! Pronto!

Miguel Pinto disse...

Ainda bem que alguém o escreveu. Fico mais descansado... (embora, por preguiça e falta de engenho, tivesse lançado uma ponta aqui: http://olhardomiguel.blogspot.com/2008/04/pruridos.html)

Zé Pêssego disse...

Eu também estive em Leiria e estou inteiramente de acordo com o que escreveu Pata Negra. Isto é apenas o começo da luta, não nos podemos convencer nem de que já começámos a vergar a "besta" nem de que isto foi o vergarmo-nos a ela. Ela vai cair mas será uma luta árdua, morosa e com o trabalho de todos os que acreditam na escola pública e sobretudo tenhamos o bom senso de não criar mais divisões entre nós. Já basta o trabalho feito por esta equipa ministerial.
E não se esqueçam de uma coisa, nós vamos continuar a ser professores e eles vão deixar de ser ministros, espero é que não leve muito tempo.

Anónimo disse...

Caro Pata Negra
Os meus parabéns e agradecimentos por tão bem sintetizar o que se passa.
Gato

Anónimo disse...

A coisa tem detalhes ... Cuidado.

Anónimo disse...

Lamento que haja no dia de hoje muitos professores com o objectivo deste ME - dividir.
É preciso entender que o que aconteceu foi um recuo do ME, não uma vitória dos professores. O ME ainda ontem dizia que a avaliação ia ser diferente nas várias escolas e hoje diz que é "universal".
Não conseguimos a suspensão, mas será que a que está não é uma espécie de suspensão?
A luta ainda agora começou.
"Roma e Pavia não se fizeram num dia!

Anónimo disse...

E o ponto 9. e o 10.? em que contribuem para a feitura do edifício? Roma, ardeu... de fio a pavio.

Anónimo disse...

http://agualisa6.blogs.sapo.pt/1163651.html

(Esta vale a pena ler.)

Amélia disse...

Eu deixei um relativamente extenso comentário.Não entendo porque não se encontra cá...Tamb´+em não voltarei a repetir-me.

Maria José Vitorino disse...

Bom comentário. Inventar bodes expiatórios não compensa mesmo.
Vou divulgar

Anónimo disse...

Amélia, não censuro nada. apago comentários repetidos porque há malta que sofre do síndroma de papagaio. São geralmente os mal-dizentes ...

Se não entrou não tenho culpa. Não recebi nada.

Anónimo disse...

Para moriae
O ponto 9 está relacionado com o novo escalão criado na função pública, não sendo assim deixaríamos de estar equiparados e não será isso que irá impedir a revogação do "ECD".
O ponto 10 posso entendê-lo como uma forma de "ganhar tempo", apenas isso.
Nada do que ficou no entendimento obstaculiza a revogação daquilo que os professores acharem dever ser revogado, mas essa luta implica a força e o trabalho de todos, mas na união!

Amélia disse...

Também não vou reetir - até porque o não guardei.Algo de errado se terá passado.Entendi alertar para o facto.

armanda disse...

Concordo e vou copiar,sim?

Anónimo disse...

Amélia,

infelizmente isso já me aconteceu ... escrevi escrevi e ... népias ...
Pesquisei e realmente não chegou nadinha.
Fez bem em avisar e tenho pena de não ter lido.

Anónimo disse...

Cara prof,

claro!