20080420

"O que diz Mário Nogueira da notícia do Expresso?"


O colega Jorge Costa escreveu-nos este e-mail que, com a devida autorização, publico. Importa (-me) dizer que, partilho da sua indignação e interrogações.

Uma coisa que me tem chocado, no que ao “entendimento” concerne, é a pouca importância dada à notícia do Expresso, onde se relatava o processo sórdido de negociações feitas nas costas dos professores.

Nem os blogs mais aguerridos deram grande destaque à coisa.

Será que todos consideramos as tais negociações como um detalhe sem importância?

Será que a resignação já é tanta que, para além de termos comido e calado os frutos da ofensiva do Ministério da Educação, também achamos natural a manipulação a que os sindicatos nos submeteram em resultado das suas agendas ocultas?

Será que não vamos pedir explicações? Há muito para esclarecer.

O que diz Mário Nogueira da notícia do Expresso? Qual foi o papel, para além do da FENPROF/CGTP, dos outros sindicatos da plataforma? O que tem para nos dizer João Dias da Silva da FNE/UGT.

Amanhã, nas manifestações convocadas para a zona centro, os sindicatos vão ter uma boa ocasião para começarem a dar explicações.

Não devemos aceitar que se ponha uma pedra sobre o assunto e se continue a cantar vitória.

Os sindicatos, agora acredito, tiveram uma grande vitória, concretizaram a sua estratégia subordinada à tal agenda oculta, mas nós, os 100 000, tivemos uma derrota estrondosa.


No Dia D votei contra a assinatura do “entendimento”, por isso, tenho a consciência tranquila. Sempre desconfiei da bondade das intenções da Plataforma Sindical, os factos deram-me razão.

Como se sentem agora os que, de boa fé, votaram a favor? Confiarão novamente nos sindicatos? Estarão disponíveis para tornarem a ser peões de estratégias que lhe são alheias?


Não haja dúvida que por aí pairam muitas interrogações sem resposta.


Seja como for, amanhã lá estarei: de luto e em luta!


Jorge Costa

7 comentários:

Anónimo disse...

"Nem os blogs mais aguerridos deram grande destaque à coisa."

O meu blog não é muito aguerrido até porque eu não sou leão...eh eh he...mas deu destaque à notícia...porque é deveras significativa!...

Francisco Trindade

rendadebilros disse...

e EU LÁ ESTAREI TAMBÉM. vOU LEVAR UM CARTAZ: professores NÃO são moeda de troca

rendadebilros disse...

ah eu também falei disso no meu blogue... modesto! mas é verdade que pouca gente falou disso. Na Tv , por ex... não ouvi nadinha... nem um som sobre isso... porque será???

Anónimo disse...

Francisco, Leão podes não ser mas força, tens e coragem tb!
Abraço :)

Renda,

Devem estar a guardar as explicações para as segundas-feiras ... tal como aproveitaram o Dia D para resolver questões suas e desse modo esquecendo a ideia inicial. Mas ... quem sou eu ...

Maio disse...

Só podemos confiar em nós!
Quando toca a marchar, muitos não sabem que o inimigo marcha à sua frente.
Cartilha de Guerra Alemã, Bertolt Brecht

Travámos uma das lutas mais participadas e intensas de que há memória. Estivemos unidos e mobilizados como nunca. Fizemos a mais grandiosa manifestação de professores que alguma vez aconteceu. Conquistámos as atenções da comunicação social e conseguimos a simpatia da maior parte dos fazedores de opinião. Toda a oposição política, da direita à esquerda, e mesmo algumas personalidades do partido do poder, estiveram connosco. Pusemos o Primeiro-Ministro à beira de um ataque de nervos e a Ministra da Educação com a demissão à vista. Em suma, tivemos tudo para vencer o combate e, afinal, acabámos por morrer na praia.
Quem ganhou em toda a linha foi Sócrates. Segurou Maria de Lurdes Rodrigues e mantém, no essencial, a sua política educativa e o seu modelo de avaliação. Por isso, canta vitória.
Nós, pelo contrário, temos é razões para estar desiludidos, indignados, revoltados. Não apenas porque nenhum dos principais objectivos da nossa luta foi alcançado mas, sobretudo, por termos sido utilizados como moeda de troca e vergonhosamente traídos. De forma calculista, ignóbil, pérfida. Ao mais alto nível, como aqui é relatado.
Caso para perguntar: com dirigentes destes quem precisa de inimigos?
Infelizmente, só podemos confiar em nós. É o que iremos fazer!

Anónimo disse...

Alguém disse e não se com razão que os professores genericamente estão a viver o "síndrome de Emaús"
Afinal?!
Afinal!?

Anónimo disse...

Afinal, ó anónimo, dignifique-se e procure outro blogue.